O blog entretempos da UOL propôs ao leitores responderem a seguinte pergunta:
O que faz um fotografia ser boa?
Acredito que existem alguns pontos óbvios que fazem uma fotografia ser boa, mas a discussão é um pouco mais profunda e longe de ser simples.
Fotografias são e sempre serão memórias de momentos, ordinários ou não, de nossas vidas. O registro deste momento passa por dois pontos cruciais: a captação e a visualização por quem quer que seja que acabe por ver o resultado final.
Se o objetivo do fotógrafo foi alcançado, ou seja, quem viu a foto conseguiu compreender perfeitamente a mensagem, a foto cumpriu seu papel, portanto a fotografia é boa. Isso, obviamente, passa pela composição, luz, cores, momento e etc.
Mas aí é que entramos em outro campo da fotografia. O nosso conhecimento sobre a mesma e principalmente o chamado “gosto pessoal”. Estamos vendo uma enxurrada de selfies (que destorcem o rosto das pessoas, afinal a lente de um celular não é pra tal uso) e filtros modais que em nada fazem uma fotografia boa. Aqui o fotógrafo mostra que sua fotografia só funciona dentro do mesmo contexto sócio cultural em que ele participa e fez seu histórico até o momento daquela foto.
A grande e magnânima verdade é que muitos de nós temos vidas normais e regulares e que tentamos seguir o que está na moda. Isto também é feito por muitos fotógrafos.
Portanto por mais que a foto seja boa, não é algo que durará. É algo fugaz. O que se tornou normal nas fotografias de hoje em dia. Perceberam como a UOL nunca cita nome de fotógrafos em suas chamadas de matérias? Simplesmente por a maioria destes fotógrafos não tem uma linguagem pessoal, tem apenas um método que inventam para fazerem algum sucesso. que um dia acaba, pois vários imitam, algo corriqueiro na fotografia.
Por fim, a verdadeira fotografia boa é atemporal. Por isso Bresson, Haas, Frank e muitos outros “dinossauros” são e sempre serão fantásticos, livres de modismos e invenções meramente de época.