Não vivo a mesma história com pessoas diferentes. Então, vamos guardar o jeito de nos chamarmos, esse jeito que só chamo você e que eu sou pra você. Não me chame e espere que outra pessoa olhe. E não me faça comum, sem estilo e semântica. Não me generalize no meio do gênero. Sou “a”, ou “o”, depende do nome que ainda me chama. Mas não caibo no meio da geral. Que o teu ódio, amor ou desprezo, sejam únicos para mim. Recebo-os se forem só meus.
Que teu ódio tenha estilo único para mim, me odeie por coisas que só eu tenho e só eu sou e faço… Ou me ame pelo céu nublado que esconde estrelas. Guarde teu sorriso de surpresa para mim. Ou deixe-se surpreender pelo ordinário e comum, só não me jogue nessa categoria.
Quando a história começou e plantou o caos em mim, não entendi nada só soube que era você. Alguém que insistia em bagunçar a minha incessante busca de linearidade só podia merecer minha falta de juízo. E eu toda juízo me perdi pra você. Só que levou meu juízo e deixou o amor, esse você não quis. Isso parece comum e ordinário, mas sabemos, não é. Enquanto todos têm seus juízos regenerados, eu ainda espero que devolva o meu.
Sou possessiva, com ódio, amor, juízo e você. E me quero de volta, só não troco mais o caos pelo linear. O caos agora também me faz eu. O drama das palavras, o eixo desregulado, o não dito, o escrito. O olhar da porta entreaberta ou entrefechada é a mesma lógica do copo meio cheio ou meio vazio? Todos esses desastres acontecem duas vezes? Guardada as devidas proporções, acontecem. Mas é nessas proporções que as histórias acontecem e viram contos para antes de dormir. Guardemos então as nossas proporções e passemos aos fatos.