Shark Tank é um programa originariamente estrangeira. A versão americana dá o nome à brasileira, somente sendo mudada com a adição do “Brasil”. Para que todos que de certa forma conhecem o estrangeiro façam a conexão com o americano. Ou pra quem não conhece e vê o Brasileiro, acabe por ver o americano, já que é no mesmo canal, a Sony, canal Tv fechada.
Cinco investidores ficam frente a frente com candidatos a receber investimentos para seus negócios, que podem ser de qualquer ramo, desde a indústria alimentícia até inovações na internet ou tecnologia.
Os investidores: o cantor, compositor e empresário Sorocaba, a empresária do segmento de moda, beleza e bem-estar Cristiana Arcangeli; João Appolinário, fundador da Polishop; Robinson Shiba, Presidente do China in Box; e na cadeira rotativa, Camila Farani, um dos principais nomes do investimento-anjo no Brasil, e Carlos Wizard, fundador da Wizard, rede de escolas de idiomas. Dos seis, cinco só participam do programa.
Após bons dez episódios é possível fazer comparações com a versão americana e observações pessoais do programa.
Os “tubarões” (investidores) fazem observações interessantes e algumas vezes parecem mais dispostos a explorar para audiência um papel de cirúrgicos observadores de problemas e falhas nos novos empreendedores do que realmente procurar boas idéias para investirem.
Se do lado dos novos empreendedores ouvimos todo tipo de proposta, como um adolescente que tem um site para os pais resolverem toda entrega de material escolar de uma vez só, dois empresários que trabalham com entregas ecológicas (com bicicletas e motos elétricas) que queriam 400 mil reais por 5% da empresa e um dono de pizzaria que queria distribuir uma pizza que no seu conceito era muito melhor do que da concorrência, do lado dos investidores ficou a impressão que a grande estrela do show é João Appolinário.
João toma notas o tempo todo e faz cálculos sem parar. Enquanto os outros poucas vezes fazem isso. Fazem muitos comentários e observações. Algumas vezes sem nexo e outras sem conhecimento de causa. Entre esses, ouvimos Robinson Shiba dizer, para o dono da pizzaria que queria distribuir suas pizzas no mercado, que o ramo não era de seu conhecimento. ? . Se comida não é sua praia, imagina-se qual é. Ouvimos de Sorocaba para um empreendedor do ramo de comida saudável para cães a pergunta sobre se seria possível usar os desperdícios de terceiros em seu trabalho. Ou seja, se era possível usar comida que acaba indo pro lixo na concepção da idéia. Muito nobre. A questão é saber se quem paga quase 700 reais por semana para seu cãozinho para ele se manter saudável vai adorar ou odiar saber que essa comida são sobras. Difícil saber.
Vemos também ao comparar com a versão americana, que os valores pedidos são mais modestos e mesmo assim assustam os investidores. A realidade brasileira claro. As palavras “Estou fora”, usadas para o investidor dizer que não investirá são mais comuns aqui do que lá. Outra diferença crucial é a competição entre os investidores de lá. São realmente tubarões que brigam por uma nova empresa ou idéia. Aqui, existe um excesso de “por favor”, “o que você acha” e “pode ir você”. Como entretenimento, o programa americano funciona melhor.
Shark Tank Brasil é um entretenimento interessante para o telespectador. Para o investidor, parece que nada muito interessante existe. Para o empreendedor, a chance de aparecer para o público e divulgar a marca, pois raramente passa disso.