A série “Master Chef”, programa licenciado do exterior, como a grande maioria dos programas da TV aberta brasileira (feliz ou infelizmente), tem, como os telespectadores do programa sabem, um tom de forte cobrança dos chefes jurados do programa. Por vezes até de modo grosseiro, em basicamente todos os países que o apresentam.

Característica do mundo da alta cozinha, pelo que todos aprendemos através do programa, sendo normal o mau trato inclusive entre companheiros de trabalho do meio. Não diferente do programa ao que parece. E claro, algo que dá audiência. Vide exemplos de outros programas que fazem sucesso como “O Aprendiz” que expõe pessoas muitas vezes a situações embaraçosas.

Ontem não foi uma exceção.

O episódio do “Master Chef” da noite passada era um “capítulo” que dava a oportunidade para pessoas que já haviam saído do programa voltarem.

Vários candidatos se esforçando pra voltar. Entre eles, Caroline, PHD em física que outrora foi criticada nas redes sociais por usar a mesma roupa sempre.

O programa fica desconfortável quando Caroline vai ser avaliada. Fogaça, um dos chefes que julga a todos, pede pra ela provar a comida. Caroline declina. E não só isso, diz: “Eu já provei, sei que está uma delícia.”

A coisa começa a se perder.

Caroline é mal avaliada. E começa a mostrar um comportamento diferente. Dá a entender a outros que já sabia quem ia voltar. Que tem uma teoria sobre quem será o escolhido (pior, ou melhor, que acerta em primeira instância)

Sua atitude inquieta incomoda a todos os jurados. Errada ou certa, Caroline é apenas uma participante. Nada mais. Logo logo, poucas pessoas vão se lembrar dela. Já dos chefes todos lembram, obviamente, todo o tempo.

Aí então que Fogaça, absolutamente despreparado, mostra destempero ao questionar o que Caroline estava fazendo. E lhe pergunta se ela não queria estar ali. A resposta vem como um chute no programa: Ela diz que não queria ter voltado para a repescagem.

A réplica do jurado é desconcertante: “Vaza”. E na sequência fala que ela está “tirando”. Expressão que ele mesmo já usou antes. Em casos de nervosismo desnecessário.

As coisas esfriam depois, especialmente através da chef Paola, que trata de dizer que eles (chefes) gostam de todos.

Pro telespectador fica a impressão clara que o chef Fogaça tem dificuldades sérias em lidar com situações nos quais é questionado ou se sente criticado. Nesse caso o programa claro.

Caroline é mais uma participante num meio competitivo e com muita pressão. Não cabe a ela manter o equilíbrio. Cabe a ela batalhar por esse equilíbrio. Já ao jurado cabe a postura correta pra manter a imagem do programa. E intimidar uma garota com palavras desnecessárias não é um caminho ideal. Nem pro programa nem pra imagem do próprio chef.