Em 2008, uma nova tecnologia surgiu no mundo fotográfico, a tecnologia das câmeras sem espelho, que trocavam as lentes e tinham um visor eletrônico no lugar do visor ótico. Alguns nomes diferentes foram adotados, mas o mais comum hoje que ouvimos é “mirrorless”. Apresentada inicialmente pelo consórcio “Four Thirds ” (formada por vários fabricantes entre eles Panasonic e Olympus, as primeiras a lançar suas câmeras desse tipo no mercado), a tecnologia mostrava que uma câmera sem espelho podia ser bem menor e que o futuro da mesma era promissor, com vantagens grandes para o usuário.
Oito anos depois a tecnologia está presente em várias câmeras de diversos fabricantes, com apenas dois se mantendo reticentes em entrar de cabeça: Canon e Nikon. Obviamente as duas tem um histórico longo de câmera e lentes. E ao contrário da maioria tem muito a perder dentro do próprio mercado de fotografia. Já que a nova tecnologia poderia canibalizar a própria venda de suas câmeras atuais com espelho.
A solução das duas gigantes foi diferente: Canon introduziu uma câmera sem espelho toda cheia de limitações, mas com um sensor grande. Nikon lançou uma linha sem espelho com alta tecnologia de autofoco, mas com sensor menor, de pior qualidade. Tudo isso após alguns anos de vida da “mirrorless”. Ambas soluções não fizeram sucesso. Enquanto Fuji, Panasonic, Olympus e especialmente Sony lançaram ótimos produtos que vendem bem no Oriente, Canon e Nikon não deslancharam no mundo “sem espelho”.
Duas coisas acontecem a partir de então:a tecnologia não decola totalmente no Ocidente, justamente pela ausência dos dois gigantes (na minha opinião) e os dois perdem o mercado emergente que é promissor.
Mas ao que parece, tudo está prestes a mudar. A Canon anunciou que apresentará três câmeras sem espelho ainda este ano, e uma delas será uma Full Frame. A Nikon tem várias patentes e rumores indicam que apresentará uma câmera (ou mais que uma) sem espelho com sensor grande.
O que isso quer dizer?
Que a fotografia se direciona pra um caminho sem volta: a retirada do espelho e consequente diminuição de muitas câmeras, como já vemos em vários modelos. Com a adesão real de Canon e Nikon, a tecnologia é realmente o futuro, e as câmeras DSLR que a maioria usa hoje serão coisa de nichos específicos, para profissionais de determinadas áreas. Fotografia de Esportes me vem a cabeça.
Resta saber como será popularizada no Brasil. Esperemos para ver como Nikon e Canon farão suas apresentações por aqui. Já que no nosso pobre país, esses dois são os únicos que a maioria conhece.