Foto: wikipedia

Não me esqueço de duas matérias do site dpreview.com, o mais visitado do mundo quando falamos de equipamento fotográfico digital. Uma falava de um fotógrafo da National Geographic que tinha deixado seu caro e pesado equipamento Nikon em casa e só tirou fotografias com sei iphone sei lá qual versão. Outra matéria falava de fotografia fashion feita com um Nokia 808. Dentro do estúdio.

Então vale a pergunta: um celular pode ser usado como uma ferramenta séria para uso fotográfico? Sim e não. Depende da finalidade. E quando falo da finalidade, depende do que será feito com o produto final. As limitações são ainda hoje tremendas. E por enquanto são inclusive de engenharia. Algumas que podem ser superadas. Outras que com a tecnologia atual, são insuperáveis.

Temos por exemplo a limitação de uma lente fixa (sem zoom), geralmente com campo de visão muito aberto, voltado mais para fotos de grupo de pessoas e campos abertos, fazendo com que fotos de closes sejam mais desafiantes, mediante a distorção que causam nas pessoas. Pra um propósito criativo, talvez possa ser usado de maneira interessante, como qualquer ferramenta obviamente.

Já o desafio maior não tem como ser contornado, pelo menos no momento. O tamanho do sensor. Um sensor de um celular é literalmente minúsculo. E gera problemas de qualidade incontornáveis. Quanto menor o sensor, mais difícil a captação de luz, simples. E por isso em situações diferentes do ideal em termos de luz ( leia-se luz do Sol ), o arquivo captado tem perda de detalhes e o chamado ruído. ( coloração equivocada que faz a imagem ficar lavada).

Aí que temos o que foi citado anteriormente sobre ser uma ferramenta séria. O que será feito com tais fotos? serão apenas documentais, pra serem vistas em celulares em apps como instagram por exemplo ou essas fotos serão impressas. Se sim, em que tamanho? Serão editadas ?

A verdade é que para impressão não há milagre, quanto maior ela for, melhor vindo de um sensor maior. Os celulares ainda são extremamente limitados pra tal finalidade. Eles estão evoluindo, com controles manuais e outras capacidades como por exemplo captação de arquivos raw. Algo excelente. Mas ainda são muito mais usados pelo fator “divertimento” do que qualquer outro. Não pesam no bolso, compartilham com redes sociais, tem os “filtrinhos’ instantâneos que podem ser aplicados pela infinidade de apps disponíveis no mercado. Tudo rápido e fácil. Além disso, não há razão para usar um celular como câmera fotográfica. Simples assim. Mesmo que fotógrafos conhecidos fotografem “por acaso” com celulares, e apareçam “por acaso” em sites mundialmente conhecidos.