Difícil descrever Carlos Moreira. Quando fui passar pela sua triagem, a qual determinaria se eu seria aceito para o curso que ele ministrava de história da fotografia e linguagem, ele falou poucas palavras, mas se mostrou muito simpático. Parecia um homem calmo.
Fui aceito e comecei o curso de uma ano, com mais 8 pessoas. Durante o curso, vim a conhecê-lo melhor, obviamente.
Já no começo ele demonstrava um conhecimento desigual, muito acima da maioria das pessoas, e também da minoria mais informada. Pacientemente, aguentou não só este que vos fala, mas uma turma que discutia muito defendendo cada um seu ponto de vista. Mostrava-se zen, mas ao mesmo tempo impunha uma ordem, ordem natural que uma pessoa que tem um conhecimento e espírito elevados.
Todos ficavam impressionados com ele, que com muita educação nunca criticou alguém de forma veemente. Achava algo de positivo em toda e qualquer foto. Queria que as pessoas achassem um caminho. Acreditava em todos. Mesmo que muitos de nós nos sentíssemos desacreditados.
Aprendi demais com ele e ao final do curso todos nós saímos de lá não só com mais conhecimento, mas com uma impressão de que a fotografia é muito maior do que imaginamos. E ele uma pessoa muito espiritualizada. Um verdadeiro mestre. A exposição dele começa neste sábado. Vale a pena pra quem quer entender o que é linguagem fotográfica.