Quanto mais vejo fotos cheias de efeitos, filtros e pós produções, falando de fotos “normais” (fotos de evento, moda, fotojornalismo e etc.), não fotos de arte e linguagem, mais tenho dificuldade de entender qual o propósito do fotógrafo com o resultado.
A maior dificuldade na fotografia hoje em dia, é conseguir se diferenciar. Como dizia Chuck Close, fotografia é o meio mais fácil de ser usado, e o mais difícil de ter uma visão pessoal, uma identidade, que os outros consigam reconhecer como de tal ou tal fotógrafo. (vejam madeinphoto.fr para achar exemplos de fotógrafos com linguagem pessoal)
Mas peço que pra quem tem desespero em mostrar algo diferente, pensar um pouco: qual o trabalho que você tem para colocar um filtro ou um efeito num instagram ou algo do gênero? Você teve que estudar, pensar durante um bom tempo pra chegar ao resultado? Você sabe por que quis chegar a tal resultado?
O que fica claro, é que quanto mais comum ou ruim o conteúdo, mais “efeitos” são procurados para dar um “quê” pra foto. Simples, com tantos filtros e efeitos, pouco se presta atenção no tema, objeto de interesse da foto. Recurso esperto. De longa duração? Óbvio que não. Quem está vendo a foto, vê algo igual às milhares de fotos que estão na internet e se esquece da foto em questão de minutos depois.
Antes de tudo, pense sobre qual a mensagem da sua foto. Pense se o que te interessa é a pessoa fotografada, o cenário, a situação. Por si só, os assuntos devem causar interesse, caso não consigam gerar tal interesse do espectador da foto, não tire a foto, simples. Nenhum efeito de pós produção vai tornar algo ordinário em algo sensacional (de novo, não estamos falando de fotografia de arte)