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Fotografia vs pintura
Venda do quadro de "Mulheres de Argel" escancara a diferença entre os dois

Quando pensamos em fotografia, pensamos em todo tipo de expressão fotográfica: de “selfies” a fotografia artística. E muito se discute se fotografia é arte ou não. Obviamente pode ser usado como tal. Dependendo do autor e do conteúdo que uma imagem dispõe, a foto vira arte. Temos vários fotógrafos que fotografam com sua própria linguagem, de todo tipo de nicho. Basta ir a um site como 1x.com pra vermos todo tipo de fotografia feita de modo artístico.

Me lembro quando conversei com um americano num fórum de fotografia (photo.net), que me contou como as fotos de Helmut Newton eram vendidas. Ele estabelecia um número de 5 cópias, ou seja, as fotografias eram impressas em edição limitada. E mais, cada foto dessa série de 5 que fosse vendida teria um preço diferente. Basicamente, a primeira seria a mais barata e a última a ser vendida seria a mais cara. Simples, um colecionador de arte não quer comprar algo que sabe existir aos montes. Não exite valor em tal produto.

A prova que fotografia é arte vem dos leilões de fotografias aonde já chegamos a preços exorbitantes de 6,5 milhões de dólares. (Foto “Phantom” de Peter Lik, ao lado.)

OK.

Toda essa conversa vem a tona de forma um pouco mais forte agora que o quadro “Mulheres de Argel” de Picasso foi vendido em leilão por nada menos que 179 milhões de dólares. Quase trinta vezes mais que a foto mais cara vendida na história.

Não é possível comparar fotografia com pintura. E nunca o valor de uma foto deve ser tanto quanto o de um quadro. A arte manufaturada tem e sempre deverá ter mais valor. Desde que a arte virou algo mais “subjetivo” e sujeito a interpretações de mentes supostamente entendidas no assunto, tivemos todo tipo de “arte” sendo feita. Tendo até o cúmulo do ridículo de uma “obra” numa Bienal em SP ser três urubus voando dentro de uma rede no vão da Bienal no Ibirapuera.

A fotografia tem seu valor como arte, mas pintar um quadro leva dias, meses ou mesmo anos. E mais, o pintor pinta apenas um quadro, sem repeti-lo, o que eleva seu preço sempre. (foto “99 Cent”, de Andreas Gursky, autor de fotos com custo milionário)

A fotografia pode ter valores ainda mais elevados do que os que vemos hoje em dia, mas para isso deve esquecer a produção em larga escala, algo que diminui seu valor (financeiro) como arte. E por ser muito mais nova que a pintura, música, e etc, ainda tem um longo caminho a percorrer.