Nunca foi tão fácil, e se tornará cada vez mais difícil.
A fotografia digital trouxe uma abertura que só aconteceu anteriormente com a própria invenção da fotografia analógica. Há aproximadamente 200 anos, a imagem latente era algo revolucionário que teria desdobramentos em vários campos, desde documentais até artísticos, tal qual a fotografia como arte e a substituição da pintura para retratos (alguns ou muitos deles).
O fato é que hoje chegamos ao ponto máximo do desenvolvimento tecnológico da ferramenta fotográfica. E o acesso rápido e imediato de imagens simplesmente está no ápice de seu uso, redes sociais, portais e tudo mais usam imagens de forma rápida, eficiente e inteligente. O uso se tornou não só ainda muito mais popular, mas também se tornou a segunda, terceira, quarta ou mesmo primeira profissão de qualquer um.
Outro dia uma aluna me disse que uma banda (conhecida por sinal, do público teen) que ela tinha contato, lhe pediu para ser fotógrafa da banda (antes de ela aprender, ter aula, a fotografar). O fenômeno parece estranho, mas é extremamente real. Pessoas que vêem outros com câmeras aparentemente “profissionais” acreditam que o equipamento é capaz de grandes fotos, pouco se importando com o profissional que está operando-o.
Não há como negar que hoje temos potenciais 7 bilhões de fotógrafos no mundo. Crianças de 3 anos pegam celulares e tiram fotos. É o primeiro aprendizado, antes do ler e escrever e quem sabe será antes do falar também.
Se nunca foi tão fácil ser fotógrafo mediante a revolução digital, logo ficará muito difícil se ter trabalho a torto e a direito, afinal todos serão fotógrafos e o gasto que cortarão será algo que acreditam que possam fazer sozinhos.
É hora de aproveitar, pois daqui alguns anos, até os macacos farão o trabalho de um fotógrafo. Claro, essa sentença sendo apenas um exagero. Mas quem sabe logo os nossos filhos estarão fazendo as nossas fotos facilmente…