Estamos na Era do acesso imediato, em tudo. Qualquer informação que se necessite, é de modo eficaz e rápido provida para nosso saber. Há anos atrás éramos obrigados a ir a uma biblioteca, sair para o “campo” e procurar a informação. Através de livros, contato com terceiros ou até mesmo criar a informação (experimentando por si próprio uma realidade desejada).
O óbvio é que a internet nos ajudou muito e com tanta informação como temos hoje é difícil ficar ignorante. Tudo muito rápido e com muita riqueza de conteúdo. Dentro de casa, sentado à frente de seu computador. Joia.
O lado ruim? o raciocínio muitas vezes não acompanha a velocidade da informação. Pois falta a prática, falta o esforço pra se chegar ao resultado.
Isso claro é patente nos fotógrafos de hoje em dia. O acesso instantâneo ao resultado ajuda, mas parece deixá-lo mais preguiçoso.
Já parou pra pensar como fotografava o fotógrafo na era de filme? Que tal experimentar isso um pouco. Se desafiar. procurar entender o raciocínio pelo qual se chegou a um resultado. não apenas bater fotos. Alguns desafios para você tentar:
- Saia com um número certo de fotos para tirar. Um número máximo. À época do filme era possível fotografar 12, 24 ou 36 poses em um filme. Ou múltiplos disso com mais filmes, claro. Que tal sair pra fotografar 36 fotos? ou 72? Pra que? Não para perder oportunidades, mas sim pra não gastar fotos com bobagens. Exercitar ser comedido. Enxergar o que realmente é válido fotografar. Dar valor à sua câmera e ao seu olhar.
- Tenha um tema: saia de casa com algo em mente pra fotografar. Sabendo o porque e o que vai fotografar. Tenha um tema que realmente quer fotografar aquele dia. Retratos? ok. Aonde irá buscá-los? Em um parque? Irá no centro de sua cidade? Que tipo de rostos quer captar? pra que isso? pra não se distrair e aprender a ir buscar o resultado, se mexer, buscar aonde necessário. Entender a necessidade de ter um FOCO.
- ESQUECER O LCD. Quem antes fotografava não tinha como saber o resultado. Que tal não ver as fotos e perder o vício de o tempo inteiro querer saber o resultado? Pra que? pra prestar atenção na cena e não na câmera. Pra chegar em casa e ver as fotos e aí sim pensar, olhando as configurações que usou, porque a foto deu certo ou errado. Com tempo e raciocínio organizado e sem pressa chegar a uma conclusão.
- “Adivinhe” a exposição. Pare um pouco de pensar em fotometria. Pense em valor de exposição. Quanta luz tem o cenário que vou fotografar? Tem muito contraste? não tem? Que tal tentar uma exposição sem nem olhar o fotômetro? Escolha um ISO, um obturador e um diafragma, de acordo com a lógica da luz e o que você aprendeu em aula. Isso ajuda e muito a exercitar a mente diante da cena. Deu errado? pense o quanto tem que mexer. Deixar entrar mais ou menos, e quanto, de luz.
- Use uma distância focal fixa. “Engesse” sua lente. Use seu zoom como se estivesse usando uma lente fixa. Aprenda a ter um estilo, a se distanciar da cena da melhor maneira. Seja ela curta ou grande, essa distância ficará em sua cabeça e o ajudará a sentir o cenário antes de fotografar. Para chegar sempre à distância correta para fotografar.
Tudo muito simples, mas hábitos para treinar a mente no começo.