Gilmar Mendes abriu a boca mais uma vez. Mais uma vez para falar de um colega do STF. Muito pouco tempo atrás, Gilmar disse que o colega Marco Aurélio Mello deveria sofrer impeachment, após este ter decidido, através de liminar, afastar o agora réu Renan Calheiros da presidência do Senado. Estando ele na linha sucessória e sendo réu, deveria mesmo ter sido afastado, já que um dos argumentos contra Eduardo Cunha foi exatamente este.
Agora Luiz Fux é o alvo da vez. O ministro decidiu anular todas as alterações do projeto das dez medidas (já que ele foi mutilado) mandando ele de volta pra câmara dos deputados para ser votado de novo. O argumento da liminar é que um projeto de iniciativa popular não pode ser alterado da forma que ocorreu. Festa pra nós cidadãos. Para Gilmar Mendes? Não. Dessa vez, chamou de “surto decisório” a decisão do ministro Luiz Fux e disse que era mais fácil fechar o Congresso e dar a chave do mesmo para Lava Jato. Algo que muitos internautas acharam uma boa idéia. O tiro saiu pela culatra em termos de efeito. Mas a possibilidade de que ele se importe é muito pequena.
Gilmar Mendes virou uma metralhadora giratória. Ironizou Moro no Senado, falou do PT mais do que deveria, aliás, não deveria ter aberto a boca. Sempre com a fala difícil e atabalhoada, não consegue ficar quieto.
Ao contrário de países desenvolvidos, aonde o cidadão nem sabe o nome dos ministros de instâncias superiores, como por exemplo os da Suprema Corte dos EUA, aqui virou moda ouvir os do STF abrirem a boca mais do que deveriam. A discrição é algo que não passa nem perto de alguns do Supremo. Basta abrir a porta da geladeira que estes acham que a luz é de algum canal de televisão. Discrição ministro Gilmar, discrição. Para chegar aonde chegou é preciso competência, inteligência, educação e porque não uma boa dose de discrição. Ser ministro do STF não é ser jogador de futebol ou ator de TV. Não é ser celebridade. É ser responsável por uma nação.