Você provavelmente já ouviu falar ou recebeu um e-mail com um abaixo-assinado dos mais diversos. Incluindo algum pedindo mudanças no Congresso, outros pedindo impeachment de ministro do STF, outros do presidente, outros pra mudanças em leis e muitos mais do que é relacionado com a vida do cidadão comum no Brasil. Estamos em 2017. A constituição (última versão) fará trinta anos no ano que vem. Vamos para o sétimo presidente diferente a ser eleito pelo voto direto desde então.
Iniciativas de cidadãos comuns, que visam melhorar o país, parecem mais sonhos que vem de abaixo assinados diariamente no seu e-mail do que algo que os políticos visam colocar em prática no Brasil. O que se ouve nas manchetes diárias é: Distritão, fundo partidário de 3 bilhões e tanto, político investigado fazendo caravana, reforma política “pra inglês ver”, quase zero de corte de gastos públicos (aliás, aumento deles), defesa de fórum privilegiado, gente sendo solta por ministro forte do STF, revisão da prisão em segunda instância, delação que teve segredos e fez piada do procurador geral e tudo mais que causa escalabro de qualquer um que ainda tem um pingo de esperança em melhora no país.
O que se vê é uma briga patente entre cidadão e político. Entre cidadão e justiça (parte dela).
Parece que toda e qualquer melhoria no sistema político brasileiro esbarra na vontade que os eleitos pelo povo tem de que o Status Quo se mantenha o mesmo. Obviamente isso nos faz pensar com quem estamos lidando de fato. Quem colocamos lá e porque em nada desejam representar as mudanças que tanto são necessárias no Brasil para que o país caminhe. A resposta seria meio óbvia. Se vermos lá em cima os tópicos que aparecem, só é contra muitos deles quem tem medo da justiça, quem deve algo ou quem entrou na política só pra ganhar dinheiro, não importando seja ele lícito ou ilícito. Resumindo, gente que estaria na cadeia se as coisas mudassem. E se eles tem força pra manter tudo como está, significa que é a maioria que é péssima.
O bem do país é algo que parece estar em segundo plano para muitos dos políticos brasileiros. O seu próprio é única e exclusivamente o objetivo destes. E com um judiciário moroso, incapaz e com, às vezes, julgamentos que visam proteger esses políticos, a esperança de melhora é praticamente nula. O país dos coronéis continuará.
Os que supostamente deviam cuidar de nós e falar em nome do povo, cuidar dele e fazer tudo em prol do mesmo, vivem de tentar se manter no poder como único meio de sobrevivência. Mostrando a todos que ser político no Brasil é estar no seu mundinho próprio, intocável, irretocável e surreal.
Sim, o Brasil é mesmo surreal.