Muitas são a reações na internet quando as notícias de escândalos de corrupção explodem em portais. Algumas indignadas e estupefatas, outras reticentes ou conformadas. E outras, vindo inclusive muitas vezes de formadores de opinião ou de artistas tem um cunho de questionamento sobre parcialidade.
Não é nem um pouco incomum ouvir: “Mas fulano também roubou um monte e está livre. Muito antes dele o sicrano roubou muito mais. Ué, mas o partido tal nunca é investigado né?
Tais questionamentos e observações são realmente válidos. A investigação e eventual punição deve ser imputada a todos. Independente de partido político ou qualquer outra característica pessoal que seja do corrupto atuante.
Mas fica uma preocupação diante das manifestações dessas pessoas ao longo das redes sociais, portais e afins.
Manifestar-se a favor de prisões e punições contra a corrupção e pedir que todos sejam investigados é uma coisa totalmente diferente do que o citado acima. Quando alguém concorda com as investigações ou prisões feitas mas discorda da falta de tais em outros casos, declara apoio às punições mas cobra, seja em declarações ou manifestos, a necessidade de uma maior amplitude no raio de abrangência das investigações.
As frases citadas no começo do texto não indicam uma vontade pela obrigação de se investigar a todos. Mas sim parecem muito mais as justificativas dos próprios políticos ao serem pegos ou pra falarem de seus pares de partido.
Um cidadão deve estar ao lado da justiça e pregá-la para todos sem exceção.
Enxergar no erro do outro (por quem não supre simpatia ou tem até mesmo antipatia) defesa pra seu “escolhido” é trabalho de advogado ou visão míope de torcedor fanático e militante político ignorante. É pensar em prol de um grupo pequeno em vez de pensar na sociedade como um todo. É não exercer seu papel de cidadão.