A foto vencedora do “World Press Photo” 2017 foi a foto tirada pelo fotógrafo Burhan Ozbilici. O assassinato ocorreu em frente ao fotógrafo. Entre mais de oitenta mil fotografias feitas por mais de cicnco mil fotógrafos de 125 países que concorriam. Como sempre belas imagens foram premiadas. Mas a a vencedora foi uma foto que poderia estampar a capa do Notícias Populares:

Ano passado a foto vencedora foi a de uma criança sendo passada por uma cerca, para as mãos de um homem. Foto que estampava a realidade crua de milhares que estão fugindo da Síria. Foto bem mais interessante e menos óbvia. Fotografias devem fazer pensar.

A fotografia vencedora de 2017, logo acima já não nos faz mais pensar, nos faz lamentar. Em tempos de cólera, de antagonismos, hipocrisia e avanço tecnológico brutal, vemos que o homem não sabe mais aonde vai o limite de sua liberdade. Seja o homem que impõe vontades através do poder, seja o homem que quer se livrar de uma condição opressora. O que fica cada dia mais claro é que a raça humana vem perdendo uma batalha. A única que realmente importa. A batalha pela vida em conjunto. Opressão não lutada com intolerância. E regimes opressores geram oposições raramente equilibradas. O que se vê é o surgimento de oposições tão cruéis e lamentáveis como as que se encontram em vigência. A Primavera Árabe é um exemplo. Novos comandantes posam de salvadores e esperam pouco tempo, dias, semanas ou meses pra mostrarem a cara. Nelson Mandela é um exemplo de uma raridade feliz. A vasta maioria é exemplo contrário.

A foto do assassinato do embaixador russo pelo policial turco Melvut Mert Altintas é mais um símbolo de tempos em que a esperança na raça humana está cada vez mais escassa.

A premiação também coroou um fotógrafo brasileiro que documentou a microcefalia em bebês, causada pela mordida dos mosquito Aedes Aegypti, que assolou e continua assolando o Brasil.

Para quem deseja ver os premiados:

https://www.worldpressphoto.org/