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O voto nulo é um direito
Contrária a citação de Marcelo Freixo, votar nulo é simplesmente votar nulo.

Muitas vezes o óbvio precisa ser exposto seguidas vezes para ser entendido. Afinal de contas, contradizendo a própria sentença inicial, o óbvio não existe. O que pra alguns é obviedade, pra outros está longe disso.

As campanhas pra votar em eleições nos dão as opções entre candidatos disponíveis e a possibilidade de anular ou votar em branco. Como explicado por muitas campanhas o voto em branco ou mesmo nulo pode se converter em vantagem para o candidato que está à frente. ( Exemplo à citação de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro, que diz que quem vota nulo vota no opositor, Marcelo Crivella)

Por tal fato, campanhas de informação se fazem no sentido de que o eleitor deve apostar em alguém, que votar mesmo que nulo em vez de branco não serve pra nada, que então você está também ajudando candidato x ou y. Ou até mesmo com ênfase dão a entender que quem anula ou vota em branco está se esquivando de tomar um lado. De contribuir pra um Estado melhor, uma sociedade melhor.

De difícil compreensão para muitos , o voto nulo ultrapassa em muito a opção de ajudar ou não a sociedade. De tentar ter uma cidade, estado ou país melhor. Ele antes de tudo reflete a falta de crença em políticos que cada vez mais toma conta do brasileiro. Basta ver a quantidade de pessoas que não votaram ou não escolheram ninguém no Rio e em SP. Ser um crédulo na política brasileira tem sido tarefa insatisfatória pra boa parte das pessoas inteligentes e honestas no Brasil. Escândalos que crescem de forma assustadora mostram que o que havia há 20 ou 30 anos na política brasileira não mudou. Pelo contrario, multiplicou. Como um vírus que toma conta de um HD, a desonestidade e interesse individual tomaram conta do Brasil e especialmente de sua política. Não é difícil enxergar isso. Até pra se aprovar coisas de notório retorno e bem estar públicos, líderes de governo dão cargos ou fazem promessas pra agradar votantes no congresso. Em primeiro plano estão os interesses dos políticos ( aliás quais são e POR QUÊ EXISTEM?) e depois estão as urgências do povo. Mensalão, mensalinhos, merendinhas, metrô, petrolão e tudo mais são apenas uma parte dos exemplos que a nós chegaram. É só puxar pela memória que outros aparecerão. E imaginemos os outros mil que se mantiveram no anonimato. Todos eles provam que o Brasil pouco evoluiu em termos de caráter.

O que nos faz voltar ao tema principal do texto, o voto nulo. E acima de tudo compreendê-lo.

A questão ao votar nulo não é se o votante estará ajudando A ou B ao voltar nulo. A questão é compreender que quem o faz muitas vezes não tem opção nenhuma além dessa para ter sua consciência em paz ao dormir. Afinal de contas, não é fácil conviver consigo mesmo após descobrir que diretamente ajudou alguém a se eleger e este depois é descoberto com desvios de dinheiro público. O que, no Brasil, tem se tornado cada vez mais comum.