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Populismo cá, populismo lá
Eleição de Trump mostra que populismo nos EUA é tão presente quanto na América Latina.

(Atualizado às 15:09, dia 09/11/2016)

Especialistas em economia acreditam que o plano econômico do recém eleito presidente dos EUA será um desastre para economia norte americana. E pior, mandará a Europa de volta à crise em seu pior período.

Mesmo com as bolsas ao redor do mundo abrindo em plena queda em estado de desespero e choque, apenas o tempo dirá se verdade ou não. Obviamente.

O que ficou claro é que o populismo é tão forte lá quanto aqui. O povo americano desejava uma mudança. Mesmo com índices de aprovação acima da média do atual presidente Barack Obama, a candidata que pregou a continuidade, Hillary Clinton, perdeu.

Trump atacou Hillary. A chamou de mentirosa e ladra. Atacou uma imigrante, Alicia Machado, chamando-a de asquerosa após já tê-la humilhada.

Trump chamou mexicanos de estupradores. Prometeu um muro pra conter a imigração. Criticou a imprensa abertamente. Criticou seu partido. Criticou a elite financeira. Se auto intitulou a salvação para os EUA.

Um vídeo que mostra Trump falando como tentou transar com uma atriz, com termos chulos foi divulgado. Não surpreendente, ele é por muitos considerado machista.

Donald Trump venceu uma eleição disparando para todos os lados. Aparentemente, o povo norte americano gostou do discurso. Gostou da atitude. A verborragia surtiu efeito.

A eleição de Trump mostra acima de tudo o pensamento da maioria do povo americano. Como em muitos países da América do Sul, que tiveram ícones populistas, os mais recentes Lula no Brasil, Chávez na Venezuela e Evo na Bolívia, os EUA são sim muito suscetíveis ao discurso populista. Só que lá, o de direita. Por aqui, os de esquerda.

Impossível dizer qual é o futuro dos EUA. Possível sim dizer que lá como aqui, a lábia parece ter grande potencial para convencer pessoas. Seja o discurso da direita, seja o da esquerda, ele ainda é o grande aliado dos políticos.

A questão não cabe ter julgamentos de juízo. Achar que o discurso, de qualquer lado, tem mais direito que o oposto é um exercício fútil. Democrático. Mas fútil. Ele ainda serve muito mais pros políticos do que para cidadãos.

Se aprendemos algo com políticos é que suas línguas são voláteis. A cada momento, de acordo com a situação em que se apresentam, podem mudar seu discurso.

É o que mostra claramente o discurso pós vitória de Trump. Um Trump conciliador e quase paz e amor apareceu. Será?

PS: Hillary perdeu a eleição, mas ganhou no voto direto. Algo ainda incompreensível até para um país cheio de problemas como o Brasil