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Salve-se quem puder
Caso do projeto de lei de vereadores com salário vitalício no RIO expõe prática de levar vantagem.

Há poucos dias atrás foi dada a notícia que os vereadores do Rio iriam votar, na surdina, um projeto de lei que daria um salário vitalício de 15000 reais a vereadores. Isso, você ouviu corretamente. E não para por aí. Isso seria possível após 3 mandatos seguidos ou 4 intercalados, sendo este funcionário público. O vereador teria trabalhado 12 anos e como num passe de mágica estaria garantido pelo resto da vida. O nome do autor do projeto, que acabou sendo votado em sessão extraordinária , é João Cabral, vereador pelo PMDB. O próprio autor do projeto, se absteve. Ficou em situação delicada. Se vota a favor sozinho, (já que todos votaram contra) enterra de vez a carreira, se vota contra, fica claro que não estava em seus melhores dias quando criou esta anormalidade de projeto.

A dúvida que fica, claro, é se isso passaria se não tivesse a imprensa descoberto esse projeto de lei antes da votação. A classe política está tão desacreditada que parece ser a tônica julgá-la antes de fatos consumados. Para o brasileiro, parece que os políticos chegaram ao poder para advogar em causa própria, fazer leis para se beneficiarem, para poderem tirar vantagem de tudo e todos. E quando fazem leis para o benefício da população, ainda precisam de garantias como mensalão, petrolão ou cargos para poderem votar a favor do povo.

E o caso dos vereadores não é o único. Todos os dias vemos notícias de aumento de salário do servidor público. Já há algum tempo vemos a notícia do aumento de salários no judiciário com índices vergonhosos. A Polícia Federal que também pleiteia aumento. Todos querem aumento. A não ser os poucos sóbrios no meio, como a ministra do STF Carmen Lúcia e Laurita Vaz, presidente do STJ, Superior Tribunal de Justiça.

Decisões escabrosas de juízes dão aposentadoria de 27000 reais para secretária que ganhava 5000 por mês na Bahia. (fonte: o Antagonista). O Brasil entrou em crise financeira absoluta, mas a crise moral já existe há longos anos.

Num país quebrado e com o desemprego crescendo cada vez mais, parece é que o “Salve-se quem puder” é o que está em vigência. Se salvar mesmo prejudicando a milhares ou milhões não é vergonha nem errado para muitos, infelizmente. Quando se está afundando, o instinto é agarrar em que está na superfície e até tirar o possível balão de oxigênio de quem está usando debaixo da água. No Brasil o oxigênio já está escasso, e parece que alguns se elegem e se acham no direito de ficar com a maior parcela dele. O resto que se dane.