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Fomos ver: A Chegada
Filme de ficção de Denis Villeneuve é uma poesia científica, com amor como tema central

É difícil falar do filme “A chegada” sem dar spoiler. A princípio se nada for dito ao que se refere o filme sem entregar um pingo de informação relevante sobre a trama, pode-se pensar que se trata de mais um filme de ficção científica sobre alienígenas e nada mais que isso.

Verdade seja dita, filmes de ficção tem se tornado muito mais abrangentes, inteligentes e com grande apelo para o público em geral e não só os fãs do tema.

O filme começa com a receita de qualquer filme de alienígenas que já vimos. Chegada de naves (mais pra objetos estranhos) com mais de 450 metros de altura. Doze delas,  em diferentes países ( entre eles os usuais suspeitos: Rússia, EUA, China e até Venezuela dessa vez foi escolhida). Pânico, deslocamento em massa e isolamento de áreas. A partir daí nada do que se pode esperar é realmente o que acontece. E o começo do filme pode também não ser o começo (não se importe se não entende essa frase, ela é apenas uma forma de spoiler)

Uma especialista em linguística, Dra Louise Banks (Amy Adams) é chamada. Para tentar decifrar os sons que os alienígenas emitem. Ela então vai até a nave em Montana, pra encontro com dois deles. Junto, o cientista Ian Donnelly, interpretado por Jeremy Renner. Essa primeira cena excelente, quando ela e mais uma equipe “sobem” mas não sobem pra dentro da nave, já que um túnel vertical de acesso se torna horizontal assim que eles pisam nele. Esse tem uma gravidade diferente e se torna horizontal sem se mover do lugar. Apenas com os humanos pisando e subindo em direção ao ambiente em que estão os aliens.

“Precisamos nos certificar de que eles sabem a diferença entre uma arma e uma ferramenta. A linguagem é confusa e, às vezes, uma pode ser ambas.”, Dra Louise

Ao chegar ao local, a Dra Louise se depara com um vidro no qual os alienígenas estão e ali uma atmosfera diferente da Terra está em ação.

Começam então a se comunicar. Tanto ali quanto nos outros 11 pontos aonde as naves desceram.

Espere então o óbvio de muitos filmes do gênero. Militares fazendo muita besteira, no papel do tenho pouco cérebro e muito culhão.

O que todos querem saber é: O que eles vieram fazer aqui na terra?

Mas se até agora o filme parece apenas mais um, se prepare pois não é.

No contato com os alienígenas a linguista Dra Louise tem experiências sensoriais de uma vida própria. Aonde o tempo não existe. Não é linear. E portanto é possível experimentá-lo pra frente e pra trás. Concepção dois humanos. Não dos alienígenas. Chamados Heptapods. (imagine polvos gigantes com ossos e as patas de pelo menos uns três metros de altura)

Essas experiências vêm do aprendizado da língua dos alienígenas, que é “escrita” pelos próprios em sua atmosfera com suas próprias “patas” em uma tinta que aparece, desenha a mensagem e some.

O filme na verdade é uma história de amor. Não amor romântico. De amor. O sentimento mais universal e cuidadoso que um ser humano pode sentir. Sim é quase impossível visualizar isso com essa descrição. Mas sem dar spoiler é impossível dizer o porque.

Some-se a trilha instrumental que muitas vezes é associada a belos momentos fotográficos, você tem como resultado poesia visual, mesmo que já vista antes.

Um filme que vale a pena, para qualquer cinemaniaco. Fã ou não de ficção científica.