O artista canadense Peter Gibson, conhecido como Roadsworth, já é conhecido há tempos pelas ruas de Montreal: assinala-se agora uma década que ele foi acusado de 53 crimes de injúria pública por causa suas obras, por vezes sarcásticas, que espalhava por todos os cantos da cidade. No entanto, a qualidade e criatividade das pinturas era tanta que os admiradores se multiplicaram.
A pena foi reduzida e o talento de Roadsworth não foi desperdiçado. Hoje ele realiza suas intervenções em lugares liberados para tal, seja nas ruas ou em galerias. Mas as críticas continuam – defensor da utilização da bicicleta nas cidades, Roadsworth tem várias obras sobre o tema. Suas críticas ao trânsito automóvel prendem-se com o fato de “os caminhos serem tratados como linhas entre pontos A e B”, quando na verdade as ruas são muito mais do que isso, são espaços de partilha e de expressão. E isso só pode ser bem aproveitado se for feito a pé ou de bicicleta, defende o artista.
Os símbolos e referências inesperados tornam as obras de Roadsworth verdadeiramente desafiantes. É o caso da sola de sapato pintada como uma faixa de pedestres. O artista explica por quê: “à primeira vista, um pedestre pode nem se dar conta de que há algo de diferente e sempre gostei do aspecto subliminar desse tipo de arte urbana. Também gosto do fato de ela poder ser interpretada de diferentes formas, seja através do humor ou de um viés político”. A obra fica numa das zonas mais movimentadas de Montreal, o que a tornou ainda mais emblemática.
http://roadsworth.com/