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A vida nos dá momentos de contato com o belo, com o questionável, com o choque, com a crítica e com absolutamente tudo que um ser humano tem de emoções perante os acontecimentos que a existência nos permite e obriga experimentar. É o ato de viver, a arte inexorável de existir.
A honestidade diante da atitude alheia pode ser o momento que traz o próximo para a realidade. O elogio pode ser inebriante para o ego. Podem ser associados ou dissociados. Claro, afinal de contas existem fatos verdadeiramente honestos que merecem o aplauso de nossas falantes mãos que tanto se manifestam no nosso dia-a-dia. Desde o momento em que nos respondem em nossas necessidades diárias até o momento em que se movimentam bruscamente para gritar contra um gol perdido ou xingar o vilão de um filme.
Existem outros tempos em que a honestidade é crua, crítica e até cruel. Não obstante, fundamental. Ela existe para mostrar ao próximo a evolução, a mediocridade e principalmente saber entender a realidade do momento. A honestidade que vem além de nossos cérebros é necessária para que nossa evolução e auto crítica sejam a tônica de nossas vidas. Com a honestidade do próximo, a honestidade para comigo mesmo se eleva obrigatoriamente para que minhas relações sociais se mantenham inteligentes e proveitosas.
O elogio é o momento que alimenta o ego, do elogiado. E alimenta a doação do elogiador, a capacidade de admirar sem ressalvas ou inveja o próximo. Nada melhor do que a capacidade de se mostrar admirado pela beleza, pela competência, pelo feito do próximo. O elogio é muito mais proveitoso pra quem é autor do que pro alvo. Afinal de contas, ele pode inflar o ego do receptor, confundindo-o ou lhe tirando a atenção do que é realmente importante, já um elogio é apenas algo passageiro e secundário.
Claro, nem todo elogio é desprovido de maldade, de intenção escusa.
A honestidade e o elogio podem coexistir. Devem. A honestidade pode ser elogiosa. O elogio deve sempre ser honesto. Um elogio desonesto é nada mais que o desperdício de palavras. É ser desonesto com nosso corpo, que nos deu a capacidade da fala para que seja aproveitada sem desperdícios.