- Você também vai gostar
-
- Slim ou Skinny 6 recomendam1 min
- 10 erros comuns por fotógrafos
5 recomendam4 min- ISO, Velocidade e Diafragma
5 recomendam3 min- Postergrafix
4 recomendam1 min- Qual a pressa para fotografar?
4 recomendam3 min- Tem gente que é Gênio (2)
4 recomendam2 min- Banda da semana …
4 recomendam1 min- Cubo Mágico, 1974-2014= 40 anos
4 recomendam3 min- A vida é simples. Para que complicar?
4 recomendam2 min- FOTO
4 recomendam2 min- World Press Photo
4 recomendam3 min- Instagram…É legal, mas para poucos
4 recomendam2 min- Postergrafix
3 recomendam2 min- POSTERGRAFIX
3 recomendam1 min- INVISÍVEL
3 recomendam2 min- Cafetiere
3 recomendam1 min- PosterGrafix
3 recomendam1 min- BATMAN
3 recomendam2 min- Mini-fotografias
3 recomendam1 min- PosterGrafix
3 recomendam1 min17 de outubro de 2016 5 minutos de leituraA moda que mataComo o fast fashion está matando vidas e o planetaQuem gosta de moda e mora em São Paulo ou em outras capitais brasileiras sabe que a Zara é uma tentação no quesito boa moda a bom preço. A marca, uma das mais rentáveis do mercado de moda mundial oferece peças a preços bem menores, se comparados à grifes nacionais de peso. Ainda que os preços de roupas estejam em queda como um todo.
A Zara faz parte dos fabricantes da chamada Fast Fashion, literalmente moda rápida. A partir de meados dos anos 2000 esses fabricantes começaram a traduzir as tendências de moda presentes nas passarelas, de maneira a otimizar certos aspectos da cadeia produtiva e tornar a produção mais rápida, mais barata e assim acessível a grande massa de consumidores. Esse processo produtivo deixou as roupas também mais descartáveis e ao invés das tradicionais coleções de Primavera/Verão e Outono/Inverno, essa indústria passou a oferecer múltiplas mini-coleções ao longo do ano.
Não é de hoje que a sociedade contemporânea “afoga suas mágoas” no consumo, afinal, diriam alguns nossa economia é totalmente baseada no capitalismo de consumo e dessa forma, somos levados a acreditar, via propaganda massiva que “as coisas” e produtos nos farão mais felizes. Como isso obviamente não se realiza, corremos de novo pra loja pra ver se o próximo item pode, quem sabe funcionar, e assim incessantemente.
Na moda isso tornou-se particularmente perverso. Como as roupas são ítens relativamente mais acessíveis, a indústria tornou-se multimilionária e também a segunda mais poluente e danosa ao meio ambiente, atrás apenas da indústria do petróleo.
O documentário do americano Andrew Morgan , “The True Cost” , toca nessa ferida de uma maneira profunda e impactante, para entendermos como o nosso inocente consumo de roupas está ligado à poluição do planeta, ao descarte indiscriminado de restos têxteis não bio degradáveis e a exploração cruel da mão de obra ( em sua maioria mulheres ) nos países não desenvolvidos, em que os fabricantes são obrigados a aceitar pagamentos cada vez menores e a grande maioria dos trabalhadores é obrigada a trabalhar por 3 dólares diários.
Há poucos dias estive na Zara. No provador, mulheres saltitantes iam e vinham com as roupas escolhidas para provar, já que a quantidade mínima para entrar no provador é de seis peças e muitas chegavam lá com 15. Enquanto aguardava pra provar uma blusa, observei um pouco desolada, o quanto de energia as mulheres em especial gastam, comprando novas roupas, bolsas, sapatos, fazendo intervenções estéticas, mudando cabelos… como se nunca estivessem completas. Ao andar pela loja, curiosamente antes de assistir ao documentário, imaginei as condições em que essas roupas eram feitas e as mulheres que as faziam. O documentário foi muito mais duro do que minha imaginação.
Lembro-me vagamente de ouvir nos noticiários da época sobre desabamento de um prédio na periferia de Daca, em Bangladesh em 2013. Conhecido como Rana Plaza, o local abrigava quatro fábricas de roupa independentes que juntas empregavam 5000 trabalhadores. As condições eram precárias e as rachaduras no prédio tão gritantes que muitos não queriam continuar trabalhando ali. Após o desabamento, as buscas terminaram no dia 13 de maio, dando origem ao balanço final de 1127 mortos. Essas fábricas trabalhavam para marcas como Benetton, The Children’s Place, Primark, Monsoon, DressBarn e H&M.
Após assistir o filme me perguntei como isso não me escandalizou completamente na época ? Porque foi pouco noticiado ? Porque depois disso nada mudou ?
Aos que se importam com os destinos do nosso planeta, recomendo esse filme e uma profunda reflexão sobre nossos hábitos de consumo e sobre enfim qual o nosso papel nisso tudo. Como mulheres, estamos ainda mais comprometidas, porque essa indústria cruel explora e lucra com a insegurança que ela mesma nos incute. São as mulheres ainda a maioria na grande massa de trabalhadores da indústria e são elas as penalizadas por terem de deixar seus filhos para enfrentar tão duras condições de trabalho.
Muita coisa precisa mudar no mundo em que vivemos hoje. E é pra isso que filmes assim são feitos.
Desabamento do Rana Plaza, em Daca, periferia de Bangladesh
Cena do filme “The true cost” ( fábrica de calçados em Bangladesh )
Cena do filme “The true cost” ( Trabalhadora de uma fábrica em Bangladesh )
Divulgação do filme “The true cost”
- 10 erros comuns por fotógrafos
- Slim ou Skinny