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Mulheres sauditas contam seus dramas
Documentário Ladies First lançou campanha pela internet para que elas falassem sobre suas vidas

Ladies First” (“Primeiro as Damas”), é um documentário feito por Mona el Naggar, para o “Times”, sobre as primeiras eleições sauditas em que mulheres foram autorizadas a votar e concorrer a cargos locais.

Com o lançamento do filme, a diretora fez um convite através do seu site e do Twitter para que as mulheres da Arábia Saudita falassem sobre suas vidas. Em resposta , 6000 mulheres sauditas escreveram nesta semana ao New York Times.

Segundo Mona, a Arábia Saudita é uma sociedade extremamente privada e patriarcal. Durante as filmagens , muitas mulheres tinham medo de compartilhar suas histórias por temerem uma reação por parte de seus parentes masculinos, que supervisionam todos os aspectos de suas vidas na forma dos chamados guardiões.

Ironicamente, o país conta com uma das taxas mais altas do mundo de uso de Twitter e milhares de mulheres se dispuseram a contar suas experiencias.

Ela conta que grande parte das respostas se concentrou na frustração com as regras que forçam as mulheres a obterem a permissão de um parente masculino, seja o marido, pai, irmão ou até mesmo o filho, para fazer coisas como cursar uma faculdade, viajar para o exterior, casar com a pessoa de sua escolha ou ir a um médico.

Algumas mulheres falaram sobre o orgulho que tinham de sua cultura e expressaram grande desconfiança de forasteiros. Mas muitas delas compartilharam um profundo desejo por mudanças e uma certa desesperança.

Houve ainda uma profunda reação negativa sob o hashtag “Não conte ao New York Times” no próprio Twitter . Em contrapartida, muitas reagiram à essa hashtag de forma irônica e combativa: “não diga ao New York Times que se seu pai te estuprar e você fugir, é você quem irá para a prisão, e se lhe deixarem sair, então você será enviada de volta para ele”.

“É como se estivesse algemada e a sociedade, a lei, as pessoas, contra nós. É por isso que a maioria das mulheres opta por casar cedo, como forma de escapar, mas adivinhe? O homem com o qual ela se casa não é diferente do seu irmão ou do pai”, contou Bashayr, 19 anos, Al-Hasa.

Para acessar esse e outros depoimentos e o artigo completo de Mona para o New York Times clique aqui :

http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-new-york-times/2016/11/06/vivo-uma-mentira-mulheres-sauditas-quebram-o-silencio.htm