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3 recomendam2 min24 de maio de 2017 2 minutos de leituraProfissão jornalista: imparcialidade é uma utopia?Caso de Reinaldo Azevedo mostra máxima da faculdade de jornalismo. Todos tem um lado.O novo caso do jornalista que saiu ( ou foi saído) dos locais aonde trabalhava, leia-se Reinaldo Azevedo das casas Veja e Jovem Pan, mostra uma máxima que no primeiro dia de faculdade de jornalismo é explorada: não existe imparcialidade no jornalismo. Todo mundo tem um lado.
Reinaldo Azevedo vivia criticando o PT e Lula, sempre o fez. Contra a Lava Jato, fez duras críticas e apoiou Gilmar Mendes no caso de Eike e José Dirceu. A coisa começava a se desenhar de forma estranha para os ouvintes e leitores do jornalista. Conversa divulgada pelo STF mostra que ele, Reinaldo, mantinha contato com a irmã de Aécio Neves (agora presa) , a quem ele chama de “fonte” e em diálogo com a mesma faz críticas a revista Veja por esta ter feito uma reportagem de capa com Aécio em destaque negativo. Hoje se vê que a revista estava mais do que certa.
Pra muitos ficou claro que as críticas de Reinaldo Azevedo à Lava Jato vinham do fato de que esta mais cedo ou mais tarde chegariam ao PSDB. E pelo jeito o jornalista não teria a mesma força ou disposição para bater como batia no PT e em Lula.
Fato novo ou raro? Nem um pouco. Basta ler outros jornalistas para saber em que lado estão, pra qual lado tem mais parcimônia nas críticas (se é que elas existem para tal lado) e pra qual lado elas são verdadeiros golpes a foice. Leia Jânio de Freitas, leia Bernardo Mello Franco e outros mais para que em menos de três colunas de cada pra ver de que lado acha-se que estão. E compreender que jornalista político só faz sucesso quando é claramente tendencioso pra um lado da balança. E não é exclusividade da área política, na área futebolística tem-se aos montes exemplos iguais.
Jornalistas políticos se tornam a prova que a ideologia muitas vezes acaba se sobrepondo ao caráter. A ideologia vira um véu de miopia para o julgamento do caráter de políticos vistos pelo jornalista. Se o político compactua com sua preferência ideológica o véu fica cada vez mais turvo, fazendo-o ser complacente com atos escusos do mesmo. Se a ideologia do político é diferente da do jornalista, pode ter certeza que o véu simplesmente desaparece em menos de um segundo. E se não percebem, jornalistas deveriam entender que isso molda e deturpa seu próprio caráter.
A profissão de jornalista deveria ter como base a honestidade. A imparcialidade. Nenhuma profissão depende mais disso que esta. A ideologia da profissão deveria ser justamente essa, a imparcialidade acima de tudo. Pra o leitor, ouvinte ou telespectador sair ganhando. E não um pequeno grupo político, ou qualquer outro.
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