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3 recomendam2 min24 de março de 2015 2 minutos de leituraFolhas de OutonoUma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se em feiúra, a juventude em velhice e o erro em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente. Dalai LamaNo momento em que traço estas linhas de fim de verão, tenho diante de mim a primeira folha de outono. E sabe de uma coisa? Às vezes é nas pequenas coisas que aprendemos importantes lições. Hoje pela manhã ao recolher as folhas secas de cima do carro, percebi que estas eram as mesmas folhas que tanto admirei durante a primavera.
Com calor necessário, suficiente. Ventos brandos, envolventes que sopram o que não concede, derrubam as pequenas folhas, velhas, rascunho, histórias passada. Passado! Que venha o novo. Que comecem em novos galhos, brotos, vida nova. Destes nascem o amor, suficiente das pequenas coisas. A felicidade grandiosa com frutos a se colher no futuro, sustento para uma sombra e calmaria da alma.
Que sejam fortes minhas raízes, sustento da minha esperança, da crença de um mundo melhor, fartos de alegrias ao dispensar minhas sobras. Que estes marcam suas páginas do que um dia já foi apenas história. O inverno pode destruir as folhas, mas não a determinação de uma árvore. Esta é uma das lições mais importantes que aprendi.
Na vida, não é diferente, pois atravessamos a primavera da vida, imaginando que ela jamais terá fim até nos depararmos com o outono perdendo seu viço, necessário, secando aos poucos, se preparando para o longo frio de inverno! Cada estação da nossa vida tem vital importância para todo o ciclo que não se queira congelar na primavera.
Que eu esteja preparado para o inverno que está por vir. Se tiver tudo que preciso, o calor do amor dentro de mim, a chama que alimenta a alma então o que temer? Sei que também logo estará o verão repleto de emoção, se tiver raízes boas, fortes e minhas folhas de paz, prosperidade e harmonia terei sombra suficiente para abrigar aos viajantes que insistem visitar-me, aproveitam do meu abrigo, alimentam-se das boas novas e se vão. Mal deixam saudades.
Ah! O outono época de aprendizado, daqueles que a gente vive e insiste em não aprender. Sem outono não a inverno nem verão. Deixar que os ventos do destino agitem minhas estruturas, criando assim resistência ao que for firme e lançando aquilo que não agrada mais, que sirva apenas de sustendo para o solo, alicerce do meu crescimento.
Durante o outono, os dias são naturalmente mais curtos e as noites mais longas. Entrego-me as horas silenciosas do outono, enquanto as folhas caem delicadamente. Do meu coração cai a saudade, mas enfim renovo-me de esperança, e na terra úmida sob as folhas secas renova-se a vida.
Aproveitemos o poder da esperança, do renovo e até mesmo a última folha de outono quase sem forças que se recusa a cair, o deixemos sobre julgamento dos ventos, mas lembrem-se as folhas não caem em vão, é para desenhar no tempo a brevidade de nossas vidas.
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