É absolutamente impossível fazer a afirmação em vez da pergunta feita no título ao começo do texto. Mas por insistência ou teimosia é possível tentar discorrer sobre o tema de maneira pelo menos interrogativa.
Em tempos de cólera política, de preconceitos raciais, xenofobia e guerras religiosas, o equilíbrio e a isenção são artigos mais raros a se encontrar. E mesmo se encontrados, são, justamente, efetuados depois de fatos serem anunciados. Desde a prisão de um político à punição de um jogador do seu time predileto, a discussão toma efeito depois de atos consumados.
Mas e antes? É possível saber o que pensa alguém? É possível saber se quando notícias de suspeitas que pairam sobre alguém se espalham, seja na Tv ou no condomínio de seu prédio, você não tem um lado que escolhe? Claro, tal adivinhação sobre o que passa na mente dos outros é impossível de ser efetuada. E só cada um pode fazer esse exercício mental analisando sua própria consciência e assim descobrir o quanto é parcial ou não diante de eventos.
É possível claro, entender que todos nós temos um histórico sócio cultural que nos aproxima com mais empatia de certas pessoas, grupos ou lugares. Nossos gostos, amores e paixões são claros para nós mesmos. E tais são potenciais interferentes no nosso julgamento diário de situações, mesmo antes de entrarmos em situações reais. Mesmo antes de ouvir um candidato à prefeito, temos mais simpatia por algum. Mesmo antes de começar a paquerar alguém, temos atração por um tipo X de pessoas.
Ok então. Temos preferências que nos atraem para situações específicas. Portanto, desde o principio já somos afetados por nossos gostos pessoais, mediante N fatores de influência. Eles atrapalham nosso julgamento diário? muito provavelmente sim. Em maior ou menor grau obviamente. É claro, o grande problema é quando nossa parcialidade continua mesmo depois que atos difamatórios tenham sido comprovados a respeito de uma instituição, pessoa ou situação. Ter parcialidade mental mediante delas, antes, é natural do ser humano. Ter depois não é natural de uma raça com tamanha evolução cerebral. É mostrar o lado menos evoluído do ser humano.