A discussão pode ter ou não acontecido diante de você. Se aconteceu, você provavelmente se posicionou contra ou a favor de pichadores e grafiteiros. Ou quem sabe apoiou um só, mais precisamente grafiteiros. Pois quem apoia pichador dificilmente é contra grafiteiro, mas o oposto pode acontecer.
Sem contar também, os que apoiam ou são contra simplesmente pelo autor da proibição. Esses não contam na discussão, já que qualquer resolução de prefeito A ou B é vista com péssimos ou ótimos olhos pelos tais.
A questão que alguns levantam é: como definir a diferença entre pichação e grafite quando falamos de arte? Já que muitos (ou alguns, conhecidos- diga-se imprensa) defenderam que se estava tolhendo a liberdade de expressão de certas pessoas.
A pergunta que veio aos ouvidos: como dizer que o grafite por exemplo é arte e a pichação não? Mesmo que feita com toda ingenuidade e honestidade, vale a surpresa de quem a ouve. Não é tão difícil ver diferença entre os dois. Imagine você sem nunca ter tido um contato com tintas e arte na vida e tentando pintar um quadro. Provavelmente vai conseguir fazer alguns rabiscos. Se tiver um pouco de pensamento lógico, conseguirá juntar os traços e assim criar algo. Agora imagine contato contínuo e estudo de arte com tintas. Imagine o que sairá com prática e dedicação ao desenho. O primeiro caso é a pichação o segundo o grafite.
Exemplo de grafite que foi danificado por pichação
Claro, pode-se argumentar que os dois tem seu valor, já que um iniciante também quer produzir algo. O que aqui deve-se colocar um porém. Um pichador tem e sempre terá exatamente a mesma habilidade. E ela em nada é relacionada a expressão de arte em si. Ela é mostrada pela habilidade em desafiar lugares impossíveis e perigosos que fazem o pichador se sentir compelido a ser visualizado. Não pela sua habilidade artística, mas sim por aparecer em locais proibidos que o levam a demonstrar sua capacidade de ser transgressor e desafiar propriedade alheia, seja pública ou privada.
Um grafiteiro, por outro lado, é alguém que quer produzir algo de valor. Algo que dá trabalho para ser feito, algo que independente do gosto de quem vê, foi feito com cuidado e dedicação por alguém que quer se especializar em produzir desenhos. Aonde o que aparece é o desenho em si e não o choque de ver algo escrito no meio de um prédio e deixa o espectador pensando: como um cara chegou lá e pichou um lugar desse?
E por fim. O mais óbvio: pessoas contratam outros para grafitarem paredes. O que salvo raríssimas exceções, as quais não se há conhecimento público ninguém faz com um pichador. Ninguém contrata outro e diz: picha minha casa por favor!. Mesmo porque pra muitos pichadores isso nem teria graça.