A morte sempre nos acompanha, queiramos nós ou não.
Vivemos como se houvesse, sempre, o amanhã, esteja lá ele ou não. Pra mim, pra você e porque não para Terra. A palavra morte só nos chega ao ouvido, claro, pela tv ou por conhecidos que nos trazem notícias de outrem que naquele momento nos deixou. Resumindo, a morte nos acompanha todos os dias, mesmo sem experimentá-la. O medo, ou não, de encontrá-la nos faz muitas vezes “viver o medo de viver”. (redundância intencional)
Sim a morte, inexorável força fatal que com apenas um golpe leva para o desconhecido tudo que um vida foi felicidade, angústia, foi amor, foi ódio, compaixão, egoísmo e todo sopro de sensação que um ser humano tem dentro de si acaba por vezes nos tirando a alegria da vida, o pleno viver dela com toda a força que um ser humano merece experimentá-la.
Engraçado, é, que não paramos para pensar que morremos várias vezes dentro de uma vida. Não quando dormimos, claro. Nem quando desmaiamos. Sim, isso, sim, quando algo acaba, quando perdemos alguém que um dia era importante. Da família, um amor, um amigo, um ator ou atriz pelos quais temos admiração. Por tudo aquilo que se vai e de nossas vidas fez parte de maneira significativa.
Somos parte de um todo. Somos parte de uma relidade maior que nossos corpos, pelo simples fato que sem o externo não existimos, sem a interação seríamos outras pessoas. Todo ser humano é fruto de sua interação com o mundo. Das brigas, dos amores, dos vícios e de todo contato na vida que de alguma forma nos altera e nos molda.
Aprendendo que não existe eu sem você, nós sem eles, elas sem eles, aprendemos que parte de nós morre um pouco durante períodos diferentes em toda nossa existência. Infelizmente. Ou felizmente. Porque se ela está lá acontecendo de tempos em tempos nos sabotando em momentos que não gostaríamos que ela aparecesse, o outro lado obviamente também está.
A vida, ela está acontecendo e se refazendo a cada instante. Com os novos amores, o nascimento de um filho, o retorno de um amigo, o conhecimento de uma nova cultura, uma inesperada risada inesgotável e tudo mais que só o sentimento humano é capaz de conhecer. Sim se morremos várias vezes durante a vida, é absolutamente sensato acreditar e entender que nascemos várias vezes também. Basta se ater mais à vida do que à morte. A escolha é nossa.