O dia amanheceu com um belo texto de Gregório Duvivier sobre sua ex, Clarice Falcão, em sua coluna na Folha de São Paulo. O título, “Desculpe o transtorno, preciso falar da Clarice” faz alusão ao filme que estreia dia 15 de setembro nos cinemas, “Desculpe o Transtorno”, onde atuam como um casal apaixonado. No texto Gregório conta desde o momento que se apaixonou, passando pela vida que tiveram juntos, pessoal e profissional, chegando ao término deles e amoleceu qualquer coração apaixonado.
Toma um chopp comigo, vagabunda
Que eu sei a vagabunda que eu sou
Repara, que conexão profunda
De ter compartilhado um mesmo amor.
(da música “Vagabunda” de Clarice Falcão)
Gregório se expôs, deu a cara a tapa, bancou o apaixonado e mostrou para todos o carinho que ainda tem por Clarice, mesmo após o termino. O Facebook amanheceu apaixonado por Gregório.
Mas a história é mesmo essa? Vale a exposição?
Conhecendo o novo CD da Clarice, intitulado “Problema Meu” encontra-se músicas bem fortes e com letras falando sobre traição, todas em primeira pessoa. A primeira reação de muita gente ao ler um texto desse, é checar os comentários no Instagram de ambos. Na conta de Duvivier, vários comentários apaixonados pelo texto, outros pedindo pela volta do casal e alguns outros pedindo para que olhássemos com atenção o último CD lançado por Clarice. No Instagram dela, todos contra Gregório.
Mais uma vez, uma exposição completamente desnecessária. Na época do lançamento Clarice até precisou negar que as músicas foram pra ele em entrevista à revista Marie Claire. (em destaque)
“Nosso término não daria uma música boa, porque foi muito amigável. Seria bem sem graça inclusive. Horrível, porque foi uma separação que nem deu material, tive que inventar tudo da minha cabeça mesmo. Não teve polêmica. Terminamos e ainda ficamos trabalhando juntos durante um ano. A gente saiu junto, ficamos amigos. Por isso, a associação não me incomoda, mas também não procede.” Clarice Falcão, à revista Marie Claire
Acreditar ou não em tudo isso é muito relativo, mas eles deram a deixa, expuseram a vida pessoal através da profissional, ele como escritor e ela como cantora. Até que ponto tudo isso é marketing? Até que ponto tudo isso é verdade? De fora, são tiradas conclusões e passa-se a admirar ou criticar ambos pela vida pessoal, quando na verdade, a admiração ou a crítica deveriam vir pela vida profissional. E muitas vezes o julgamento acaba sendo feito da maneira errada, pois não se conhece a história por inteiro.
De qualquer forma, não teria nome melhor pro CD de Clarice Falcão como “Problema Meu” porque de fato é problema dela, e para o texto de Duvivier “Desculpe o transtorno, preciso falar da Clarice” que realmente causou um transtorno.
Já dizia uma conhecida comunidade no falecido Orkut: “falem bem, falem mal, mas falem de mim”. Talvez se aplique nesse caso. O texto veio a calhar pra o lançamento do filme. Se de antemão pensado ou planejado, impossível saber.
O mesmo pode ocorrer com qualquer pessoa comum, não precisa ser celebridade, basta viver e expor a vida nas redes sociais.
Quanto você expõe sua vida nas redes sociais? Será que toda essa exposição vale a pena?
O mesmo que hoje foi feito com Clarice e Gregório: ler, querer entender e tirar conclusões, talvez precipitadas, sendo feito com você seria agradável? Ou saudável?