Quando iniciou sua carreira profissional em 2009, no Santos, Neymar chamava atenção, principalmente, pelos seus dribles e gols. O garoto rapidamente caiu nas graças da torcida e com atuação de gente grande levou o Santos à final do Campeonato Paulista daquele ano. Só foi parado na final, diante do Corinthians, onde teve atuação discreta e terminou o campeonato em segundo lugar.
Não demorou muito e o assédio europeu começou. O Santos, preparado, conseguiu segurar o jogador por alguns anos mas acabou cedendo em março de 2013 e Neymar partiu rumo à Barcelona.
De fato, os olhos de quem ama futebol, ou dos que trabalham com isso, brilhavam ao ver o garoto jogando. Pequenino e magricela, Neymar ia para cima dos adversários, passava com a bola nos pés por zagueiros experientes. Inúmeros são os exemplos de gols que ele fez partindo para cima, driblando quem aparecesse na frente e só parando com a bola na rede. Foi assim que o jogador ganhou o Puskas de 2011, com gol contra o Flamengo. Foi assim nos dois gols contra o Internacional na Libertadores de 2012. Ou na final do Paulista de 2010 contra o Santo André. Ou talvez no jogo contra o Atlético Mineiro no Brasileiro de 2012. Enfim. Inúmeros e incontáveis gols foram feitos assim.
Quando acertou sua transferência para o Barcelona, a expectativa era de ver, em poucos anos, o brasileiro desbancando Messi e Cristiano Ronaldo e vencendo a Bola de Ouro da Fifa. Junto disso, muito se falava do seu porte físico. Em 4 anos desde sua estreia no profissional, era obvio que ele havia crescido, porém, ainda era magrinho. Foi necessário pouco tempo de Europa para perceber a mudança no corpo de Neymar: ele estava mais forte.
Em 3 anos de Barcelona, é notável que Neymar parou de driblar. Não se vê mais os gols com lindas arrancadas, nem com aquele toque de maestria que encantou a todos. E quando raramente arrisca um drible, o jogador é facilmente desarmado. Raros são os momentos em que vemos Neymar acertar um drible desconcertante, daqueles que sobravam aqui no Brasil.
Você pode pensar: “aaah, mas na Europa os zagueiros são muito melhores que os brasileiros”. Ok. Pode ser. Não temos como provar o contrário. Talvez os zagueiros, talvez a mudança do corpo, talvez o peso da camisa do Barcelona, talvez o respeito de olhar para o lado e ver Messi. Neymar não dribla mais. Continua, claro, sendo um jogador maravilhoso. Mas junto com os dribles, foram embora os momentos de brilhar os olhos dos torcedores vendo ele jogar.
Fato é que o jogador não será tudo que esperávamos dele. Infelizmente. O próprio jogador assumiu esses dias que “não morrerá se não ganhar a Bola de Ouro”. Ainda bem. Porque tudo indica que ele não ganhará mesmo.