O São Paulo acaba de vender um dos jogadores mais promissores de sua base. David Neres vai embora por 50 milhões de reais. O jogador gostou da proposta e disse ser melhor pra ele e para o clube. Sentença com certeza verdadeira se formos pensar na realidade do clube, que anuncia superávit mas que ao mesmo tempo pega empréstimos. Conta no mínimo estranha e no máximo enganosa.
O último a sair que era muito promissor foi Boschilia, que seguiu para o Mônaco. Ambos pouco fizeram pelo profissional. Ao contrário de Lucas que saiu campeão da Sul Americana, os dois anteriores pouco fizeram pelo profissional.
Com gestões incompetentes desde a época de Juvenal Juvêncio, que andou fazendo negócios questionáveis e era querido de boa parte da imprensa, até o mais recente saído a força, Carlos Miguel Aidar, o São Paulo começou a usar Cotia pra sanar suas dívidas, feitas exclusivamente por gestores ruins. O caso não exclui o atual presidente, Leco, que fez parte de diretorias nas gestões anteriores.
O dinheiro de Lucas por exemplo, uma bolada de 108 milhões, parece ter sumido aos olhos do torcedor. Nada de investimento foi visto no time. O dinheiro, muito provavelmente, foi pra pagar dívidas, já que antecipar cotas de TV virou praxe no São Paulo.
O sonho de Cotia virou sonho de ir pra Europa pros garotos, realidade de pagar contas pro São Paulo e pesadelo pros torcedores que veem joias saírem sem ao menos ganharem clássicos e muito menos fazerem história pelo clube.
O que um dia era o projeto de abastecer pelo menos 50% do time de cima com jogadores formados pelo clube, vai se esvaindo. Tudo graças, ou melhor dizendo, por culpa de diretorias, presidentes e conselhos incompetentes em suas funções.
Ao fim é necessário entender que se a gestão não deixar de ser arcaica, é preciso analisar todos os custos de Cotia para saber se vale a pena tanto investimento. Na ponta do lápis, se é mais fácil ter uma gestão competente e não investir tanto, já que a cultura virou simplesmente vender jogadores que mal passam pelo profissional e que na visão de muitos torcedores, seriam grandes jogadores pelo tricolor paulista. Ou quem sabe na última esperança dos torcedores, ter uma diretoria responsável e competente que consegue equalizar contas e ainda criar uma cultura de jogadores de base que queiram fazer história pelo clube. Realidade, hoje, extremamente distante.