O São Paulo é um clube com grandes glórias em seu passado. O histórico internacional incomparável dentro da Terra Brasilis, tem como glórias entre outras tantas, três Libertadores e três mundiais. Algo nos dias de hoje invejável, já que o abismo entre Europa e América do Sul faz com que nem o maior dos patrocínios (vide exemplo do Palmeiras) consiga igualar um clube sulamericano aos melhores europeus para a disputa de um mundial interclubes.
História bonita mas que parece um passado cada vez mais remoto. Se antes de Diego e Robinho, o Santos era taxado de time que vivia de passado, hoje é o São Paulo que carrega esse título. São pelo menos cinco anos do último título (internacional, mas de menor expressão) e já quase dez de um título de maior expressão.
Ano 2017, rodadas e mais rodadas na zona de rebaixamento. Algo que vem sendo de certa forma usual para o São Paulo de quatro anos pra cá (não tantas quanto neste ano). Troca técnico, vende jogador, traz jogador. Resposta dentro de campo? Zero. O caso que era sazonal parece ter virado namoro. O São Paulo pode até ser salvo esse ano. Mas a chance é quase nula. Números permitem, a competência não. O único fator com mais chances de salvar o São Paulo do rebaixamento chama-se “acaso”. E quando só se conta com isso, é sinal que tempos mais sombrios devem vir.
Com um presidente que cheira ao retrógrado e com conselheiros divididos entre receber benesses ou cobrar o bem do time, o São Paulo afunda com um gestor que seria o novo (pela idade e pela experiência numa grande empresa) mas que é a inexperiência em pessoa e se traduz em incompetência absurda. O São Paulo se fechou em um próprio mundo, aonde parece que disputa um outro campeonato. Aonde os pontos não se traduzem em trabalho bem feito, ou melhor, o trabalho bem feito não se traduz em pontos. Os pontos são só um detalhe. Para a direção o trabalho é ótimo. A culpa é de qualquer um menos deles. É do técnico, do jogador e até do vento, menos da direção, que por sinal parece ter aprovado um novo estatuto para inglês ver. Pessoas sem experiência prévia alguma ocupando cargos importantes, ganhando bem e até gente processada na justiça e que estava lesando (ao que as notícias levam a crer) o clube temos (tínhamos) no corpo diretivo.
A verdade é que não há perspectiva de melhora no São Paulo. Informações dão conta que não existem bons comandantes mais no clube e nem gente nova que possa dar novo gás com ideias novas e bom comando. Ao contrário de Palmeiras e Corinthians que com Andrés Sanchez e Paulo Nobre ( que trouxe o Palmeiras ao lugar alto que ele merece por sua história), se recompuseram, se o São Paulo cair (o que muitos sabem acontecerá mais cedo ou mais tarde se não houver mudança de rumos) não há esperança de mudanças. Só o velho e retrógrado que cheira a naftalina.
Cair pode ser só a ponta do iceberg para o São Paulo. Daí pra frente a decadência ainda maior pode acontecer se nas mãos dos mesmos o clube continuar. A série B pode ser uma porteira para vôos ainda mais baixos. Infelizmente.