Em qualquer campeonato do mundo, seis pontos é uma vantagem considerável. Com um futebol previsível e consistente o líder, faltando 8 rodadas estaria procurando manter a competência pra ser campeão.
O problema, falando de brasileirão, é que a vantagem já foi de 14, do mesmo líder para o hoje segundo colocado. E pra piorar (para quem um dia teve vantagem tão larga e dar felicidade pra quem está “logo” atrás), se as coisas se mantiverem do jeito que estão no segundo turno, tudo indica que o Palmeiras vai passar o Corinthians.
O Corinthians tem só 36,4 % de aproveitamento no segundo turno. O Palmeiras, 63,6%. Com apenas 24 pontos na disputa e seis de diferença, o Corinthians teria mais nove pontos ao final do campeonato (arredondando pra cima) e o Palmeiras mais pelo menos 15 (arredondando pra baixo). Ou seja, a diferença some. E ficariam empatados, com 68 pontos. Mas com apenas uma vitória a menos hoje, o Palmeiras com certeza ultrapassará se um empate ocorrer no final.
Muito número talvez…
Então vamos à realidade dos dois primeiros e até do próprio Santos, terceiro colocado. Este com turbulência diretiva. Manda embora técnico e traz de volta no mesmo dia e contra o pior do campeonato, sofreu na última rodada, caindo de produção. O Corinthians não tem (mais) aparentes problemas internos depois de até ameaças de impeachment de presidente. Mas o time simplesmente desandou de vez. Antes tinha dificuldade contra os últimos da tabela. Hoje a dificuldade é contra qualquer um aparentemente. A receita do bolo do primeiro turno queimou para o segundo. E por último o Palmeiras: caiu o técnico. Cuca se foi. O interino Valentim arrumou o time e atropelou os últimos três adversários. Sim, dois de baixo e um reserva. Isso não importa, fez seu papel e ganhou moral no momento certo.
Ao que tudo indica, o Corinthians olha pelo retrovisor e vê um caminhão sem freio e desgovernado logo atrás. Se não acelerar de novo, vai ver o caminhão passar por cima sem piedade.
Um final de campeonato emocionante.