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Radialista ou Torcedor ?
Ao ouvir Brasil e Uruguai, você não sabe se está no jogo certo

Jogo do Brasil. Brasil e Uruguay. Horário diferenciado e pra quem está acostumado a ver o jogo às 21:45 teve a grata, ou triste, surpresa de poder ver seu jogo mais cedo. Seleção de Tite com Neymar e companhia.
Felicidade pra uns, dificuldade pra outros. Quem sai mais tarde do trabalho ou só chega em casa lá pras dez da noite, dessa vez teve que se adaptar e fazer o possível pra poder saber do jogo. O que pra grande maioria ainda significa o bom e velho Rádio. Aquele que transmite de um modo muito mais quente e inventivo que a TV, aquele nos faz imaginar lances sensacionais e entrar no mundo do futebol de modo especial.

Você pega a primeira rádio que consegue. Já está atrasado. E pega de cara um lance de gol! E o radialista diz qualquer coisa, se não exatamente, que lembra o seguinte: “É Paulinho! esse tem sangue alvinegro”…Bom, você não sabe se está no jogo certo e continua a tentar ouvir pra ver se de repente errou de jogo…Aí o narrador emenda algo do tipo “ele e o Tite se conhecem bem, da casa alvinegra, tem uma conexão alvinegra…”…ou algo do gênero.

É, parece que você foi parar no jogo errado. Na cabeça do narrador, é o time do Corinthians que lá está jogando.

Compreensível já que é o time com maior torcida de São Paulo e segunda do Brasil. O narrador está narrando para São Paulo e no afã de chamar público e conseguir audiência fala como um torcedor apaixonado e não como um brasileiro fã da seleção brasileira. Perdidinho como radialista, se acha perfeitamente como torcedor de time. Parece que a rádio prefere conquistar os torcedores de Corinthians e não brasileiros que também tem seus times de coração.

Impossível saber se a conta fecha, se é melhor ter torcedores de Corinthians no total ouvindo a rádio, do que um monte de todos os times somados. Claro, porque não dá pra saber se só a competência do narrador seria suficiente pra trazer ouvintes de todos os times. Então, na mediocridade, talvez seja melhor realmente dar um tiro certeiro.

Talvez a chamada a próxima vez deve ser: veja a seleção de Tite, Paulinho, Renato Augusto e Fagner, com os coadjuvantes Neymar, Firmino, Dani Alves, Felipe Coutinho e companhia!
Como muita coisa no Brasil, a audiência vai pra quem exagera e apela. Só não se deve se esquecer que nesse caso ambas irão: a audiência negativa com certeza está fortemente presente. E não mais sintonizada na tal rádio.