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RC: incógnita técnica, marketing certeiro
Rogério Ceni é um absoluto mistério como técnico, mas é um acerto para todo tipo de marketing

A escolha de Rogério Ceni para técnico do São Paulo tem duas vertentes, a técnica e a “marketeira”.

A segunda é com certeza a mais, e porque não a única, certeira. Rogério Ceni é o maior ídolo da história do clube. Campeão de todos os campeonatos possíveis. Maior goleiro artilheiro da história, com 132 gols de 1990 a 2015. Encerrou a carreira no clube que o projetou para o mundo. Mesmo gera antipatia na maioria dos torcedores de times opostos e inclusive de alguns do próprio São Paulo, é ainda a melhor aposta para o momento do clube, se falarmos exclusivamente de marketing.

Rogério Ceni foi por um bom tempo o maior case de marketing do clube. Ainda hoje, é citado como “Mito”. Para ser mais específico, M1to. Jogador extremamente dedicado, que sempre colocou a carreira em primeiro lugar e que sempre teve seu amor e empenho considerados inquestionáveis por qualquer um que conviveu com o profissional. Jogadores não podem disputar esse fato. E para muitos, ele já era o técnico dentro de campo.

A solução foi ótima para diretoria, que fez a aposta entendendo que depois do ano terrível em que o time flertou com o rebaixamento, precisa de uma resposta para os conselheiros e torcedores. Conselheiros que votaram na eleição em abril de 2017. Torcedores que ainda vem um presidente Leco perdido, que não saiu da sombra do falecido Juvenal Juvêncio, que iniciou uma gestão arcaica e retrógrada (sendo redundante).

Um técnico que receberá da maior parte da torcida, uma paciência e apoio que dificilmente seriam direcionados ou agraciados a outros treinadores. Um verdadeiro escudo para diretoria e porque não para os jogadores. Se perder títulos, é capaz de ser poupado. Com os jogadores sendo considerados os maiores culpados. O que muitas vezes é verdade, mas o torcedor não consegue enxergar. Com Rogério, pode ser o contrário, ele pode ser o culpado, mas não ser visto como responsável por torcedores mais apaixonados pelo clube e pelo histórico vencedor e dedicado do jogador que jogou 1238 jogos pelo time.

Já a primeira vertente, esquecida em quase todo texto, é absolutamente uma incógnita. Os torcedores não podem exigir absolutamente do novo técnico. Se não fosse sua história pelo clube, ele jamais seria chamado para dirigir o clube, com histórico vencedor no Brasil e internacional. É tão certo quanto dar logo de cara a posição de CEO de uma empresa, pois o candidato foi um dos melhores na época da faculdade. A situação real é bem diferente do aprendizado. Aos torcedores só resta torcer pela mesma dedicação e afinco que à época de jogador, Rogério tanto deu ao clube.