Rogério Ceni chegou ao São Paulo em 1990. Vinte e sete anos depois se tornou técnico do mesmo time. Se durante duas dezenas de anos viu o jogo de trás, está basicamente no começo da vida e se acostumando a ver o jogo numa área ainda menor do que a de goleiro, posição em que se consagrou. E agora claro, vendo o jogos beira do campo, bem ao lado.
Até agora são 6 jogos oficiai. Três empates, duas vitórias e um empate. Com 7 gols tomados e 11 gols pró.
Dorival Júnior tem carreira extensa no futebol. Bom técnico, levou o Santos ao vice campeonato brasileiro no ano passado, com investimentos bem menores que Palmeiras e Flamengo por exemplo.
Um em começo de carreira e lutando num país em que técnico é o primeiro a ser crucificado por torcida e dirigentes quando o resultado não vem.
O resultado de Santos e São Paulo mais óbvio deveria ser a vitória do Santos, que jogava em casa e fez da Vila Belmiro um alçapão contra os adversários, mesmo que sem uma torcida presente e ativa como se espera.
O que vimos em campo foi o contrário.
Nó tático?
Talvez sim talvez não. O São Paulo de Rogério foi muito bem nos contra ataques, tem uma pressão forte pela retomada da bola, mas não parece mostrar algo tão novo ainda. Mas mostra uma dedicação e fome pelo futebol que parece bem acima da média.
Isso seria suficiente pra vencer um time entrosado em sua casa? Com certeza foi.
A questão principal que vem a tona não é a competência de Rogério, técnico novo que pode vir a ser apenas mais um ou um dos melhores do Brasil. A questão é entender o nível dos técnicos brasileiros.
O ano passado tivemos o exemplo de Renato Gaúcho. O técnico estava encostado. Não trabalhava desde 2014. Foi chamado pelo Grêmio em plena Copa do Brasil pra tentar manter chances de libertadores. Chegou à final e foi campeão contra o Atlético Mineiro, que havia mandado Marcelo Oliveira embora. Este campeão anos atrás pelo Cruzeiro.
O que tudo isso significa?
O Grêmio não ganhou um monte de reforços. O São Paulo ganhou alguns poucos e os “consagrados” nem estrearam. Como então times de repente viram campeões e outros com técnicos com zero de experiência ganham de outros que tem conjunto de muito mais tempo e técnicos tão experientes?
Simples. O nível dos jogadores já não é o mesmo faz tempo no Brasil e os técnicos, diferente dos boleiro que às vezes ainda tem faíscas de gênio, dependem do estudo, do progresso e da evolução na profissão. Não nos esqueçamos dos 7×1 tomados. Felipão enterrou de vez sua carreira como técnico. Pessoas lembram mais lembram mais dele em 2014 do que em 2002.
Os técnicos no Brasil estão defasados em estudo e tática em relação ao resto do mundo. É hora de parar pra pensar e se reciclar. Não existem mais talentos brasileiros nos quais os técnicos podem depender.