Thiago colocava a mochila nas costas e esperava a volta de sua mãe, que nunca voltou. Abandonado ainda bebê pelos pais, o novo campeão olímpico foi criado pelos avós paternos em Marília-SP, e iniciou no atletismo lá mesmo, aos 14 anos. Sua avó, Maria do Carmo, sempre esteve ao lado do neto, o ajudando a superar a ausência dos pais e o incentivando na pratica do atletismo.
Com vários títulos nas categorias juniores, Thiago mudou-se para Fórmia, Itália, em 2014 e desde então vem sendo treinado pelo ucraniano Vitaly Petrov, o melhor técnico de salto com vara da atualidade. Sobre o técnico, Thiago o enaltece “tenho o meu Pai no céu, e ele é meu pai na Terra”.
A noite de segunda (15 de agosto) foi inesquecível, Thiago foi o primeiro atleta do continente a ultrapassar os 6 metros (6,03m) e agora se vê com o recorde olímpico e com a medalha de ouro. Para isso, ele superou o francês, e favorito, Renaud Lavillenie, último campeão olímpico, que reclamou da vaia da torcida no momento do seu último salto.
Sobre as vaias ao francês e gritos de incentivo a seu favor, Thiago não deixou se abalar, se concentrou somente no seu salto. “Eu mantive o controle, não perdi o foco. Não imaginava o ouro e fui surpreendido pelo resultado.”
Como já sabemos, a estratégia de Thiago Braz deu certo, e agora ele é o novo xodózinho do Brasil, que se surpreendeu ao ver seu número de seguidores no Instagram crescer de 2 mil para 48 mil em poucas horas. Agora, resta a Thiago aproveitar o momento e continuar treinando, pois o povo brasileiro gostou da brincadeira de ter um campeão olímpico de 22 anos com mais algumas Olimpíadas pela frente.