Como se não bastasse a “pindaíba” pela qual passa o fotojornalismo, com fotógrafos sendo dispensados a rodo para que jornalistas fotografem com seus celulares, ainda temos o problema de ética de edição em fotografias.
O fotógrafo Narciso Contreras, ganhador do prêmio Pulitzer emn2012 por seu trabalho no conflito na Síria, cobrindo o conflito com fotos importantes. Mas na foto acima (e mostrada de novo abaixo) ele teve o trabalho de remover uma câmera de vídeo do background, pois achava que distraía quem estava olhando. Uma ova! Qualquer fotógrafo sabe claramente que ele fez isso porque uma câmera de vídeo ali estraga e muito o clima da foto. Olhando as duas, você vê claramente que o “ocidental” que vê a foto com a câmera de vídeo sente uma certa discrepância em relação a roupa, a pessoa e a visão que temos do povo de lá. É simples, é quase como se víssemos o combatente com um iphone no bolso. Simplesmente não caberia na foto e no contexto.
A AP ( Associated Press, agência de notícias americana que possivelmente é a mais antiga e a maior agência do mundo, tendo sido fundada em 1846) cortou vínculos totalmente com o fotógrafo, oficialmente.
Estamos num momento complicado na fotografia, e toda tecnologia não só ajuda, mas acaba causando efeitos colaterais, dependendo do uso. E mais, a ânsia pela fama e resultados imediatos, a lá Google, fazem todos perderem a noção do que é ou não correto. Hoje este fotógrafo fala que se arrependeu muito. Alguém acredita que ele se arrependeria se não tivesse sido pego?