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Evolução tecnológica vs fotográfica
estamos chegando ao ápice da atual tecnologia, mas e a fotografia? evoluiu?

Me lembro claramente quando fazia cursos livres de fotografia no SENAC, há 15, 20 anos atrás (Ufa…) e estávamos à beira da propagação da fotografia digital. Ainda fizemos revelação de negativos e em papel ( experiência fantástica) mas o digital já apresentava câmeras com 5 megapixels de resolução. Mostrava que a tecnologia era muito promissora e simplesmente sem volta. Tomaria conta mais cedo ou mais tarde da fotografia e abriria possibilidades infinitas em termos de criação e agilidade. 
No mesmo ano, meu professor me aconselhou a não comprar nada digital e esperar. A espera, como era de se prever, não foi longa. Após três anos, lá pra 2003, 2004, era indicado se desfazer de seu equipamento analógico, pois em poucos anos , o valor de mercado despencaria. Exatamente como aconteceu: hoje, uma câmera de filme pouco vale.
Entramos então pra valer na era digital. E em 10 anos, de 2005 pra cá, os equipamentos chegaram ao ápice de qualidade. Aparentemente, vistos os lançamentos dos fabricantes nos últimos 6 meses, a qualidade já é tão fantástica que não há muito mais aonde chegar. Os equipamentos não tem tanto campo no qual ainda podem progredir. A engenharia chegou a um ponto que talvez só uma tecnologia diferente e totalmente inovadora faria diferença. E cá pra nós, não é assim primordial uma evolução no que temos agora.
Ótimo.
Mas e os fotógrafos? Evoluíram no mesmo passo que a tecnologia da fotografia? Difícil precisar. Mas a princípio, pode-se dizer que não. Trilhão e logo logo trilhões de imagens são e serão produzidas por ano agora e daqui pra frente. Talvez isso faça com que seja mais difícil achar boas imagens, já que somos bombardeados com todo tipo delas a cada segundo, vida redes sociais, portais, tv, (futuros extintos) jornais e etc.
Se antigamente não se usava uma câmera pra nada que não fosse de seu real interesse em fotografar, hoje as pessoas usam suas câmeras para fotografar objetivos dos mais fugazes e egocêntricos. Não todos. Na verdade, as pessoas que não são fotógrafas, mas usam a câmera com voracidade pra registrar a tudo e a todos. Portanto injusto chamar este de fotógrafo. Talvez possamos chama-lo de “registrador de instantâneos”.
Mas mesmo os fotógrafos parecem não ter feito o melhor uso da nova tecnologia. Alguns Sites, como 1x.com e photo.net entre outros ainda nos mostram um trabalho de qualidade e a exploração da fotografia digital na sua expressão plena. Já a maioria dos fotógrafos iniciantes ajustam suas câmeras de maneira automática e corrigem seus erros sem mesmo entender o que estava errado. Tamanha a facilidade que a câmera digital proporciona.
Mais: sem conhecimento prévio e sem interesse em se informar com pessoas que realmente estudaram fotografia, os iniciantes vão a redes sociais pra procurar amparo e reconhecimento por suas fotos. Erro comum e que só o coloca no caminho errado.
Não há segredo para melhorar sua fotografia. É estudar e praticar. Ver grandes mestres da fotografia e entender o porque eles são excelentes. Nada mais.
A tecnologia está aí para abrir um caminho impensado antes. Usá-la pra simplesmente tirar fotos e vê-las na mesma hora sem saber o porque deram certo ou errado não tem sentido. Nunca se foi pensado décadas atrás que teríamos toda informação da foto que tiramos em menos de um segundo depois. E elas esta lá pra enxergamos o porquê a foto deu certo ou não. Até gráfico de luz é disponível hoje em dia. Algo que ninguém usa. Lamentavelmente.
Os próximos 20 anos dirão qual rumo a fotografia tomará. E se ainda voltará a ter valor como arte ou não. Difícil saber.

Este que vos fala espera que sim. Que referências como National Geographic e a agência Magnum tenham, ou na verdade voltem a ter pra ser mais preciso, ainda muito valor. Algo que está se esvaindo cada vez mais. Se acontecerá, só “ninguém” sabe.