A encruzilhada da fotografia.
Um amigo me disse que leu a notícia que em 2014 serão tiradas em torno de um trilhão de fotografias. Um número absurdo, e quanto maior, maior a lupa de procura que precisamos para poder achar o que é bom, em minha opinião.
Nenhum modo de “arte”, pra quem considera fotografia arte, passa por momento tão delicado e ao mesmo excitante como a fotografia. Há trinta anos, nem um décimo desses “fotógrafos” estariam no ramo. À época do filme, muitos não tinham a mesma vontade e disposição para fotografar. Hoje, em cada 10 pessoas, 7 são fotógrafos. Exagero? Sim, mas diria que um número grande é hoje em dia fotógrafo.
A fotografia piorou? Não. Melhorou? Provavelmente. Como identificar isso? Hoje está quase impossível. Se você precisa procurar entre milhões, a procura será mais longa e achar será muito mais difícil e demorado. Simples.
Mas a maior encruzilhada da fotografia foi trazida pela tecnologia.
Você não escreve um texto ou livro em menos de um segundo, você não pinta uma quadro em menos de um segundo, você não faz uma música também neste tempo, muito menos faz uma escultura. Já a fotografia, você não só faz em menos de um segundo, como à época do filme, mas a tecnologia hoje faz com que o resultado seja também visto em menos de um segundo. Aí reside o grande perigo da fotografia, pois quem quer este resultado imediato proporcionado pela fotografia, raríssimas vezes pensa antes de fotografar e sai fotografando a esmo pois não precisou de aprendizado, tempo pra ter o resultado também. Assim fotografia se tornou o meio mais imediato, mais usado e por fim, também mais banalizado para se comunicar.
E o pior de tudo, é que muitos que compram as fotos, o “cliente final”, não tem ideia do que está comprando. Assim muitas vezes isso se resume a um ponto: preço. Consequência: mercado prostituído, e qualidade cada vez mais baixa…e….uma enxurrada de fotógrafos.