(foto de Kaique Rocha via pexels)
O mais recente experimento com 5 ônibus na zona sul de São Paulo, com viagens sem cobrador, que foi realizada sob a gestão do prefeito João Doria em São Paulo semanas atrás, elevou a preocupação e a animosidade entre os cobradores e, também, por parte da imprensa.
Os cobradores estão preocupados com o futuro da profissão. Leia-se: A extinção da função. E parte da imprensa já se prontificou a fazer matéria dizendo que teve passageiro que estava com dinheiro e ficou abandonado dentro do ônibus. Leia-se: Criticou algo óbvio, se não tem cobrador é no mínimo claro que o passageiro que não tem bilhete único vai ficar sem amparo. Matéria óbvia, sem razão de existir.
Quem pega ônibus sabe bem que os cobradores perderam e muito a função depois da tecnologia ter sido implantada.
Hoje lhes resta avisar, através de uma “batida”no caixa, quando todos os passageiros desceram no ponto pra assim o motorista poder fechar a porta e seguir viagem. E claro, cobrar os poucos que pagam com dinheiro.
Não é incomum também não haver troco, ver cobrador que nem fala com o passageiro e até cobrador tendo que ser acordado pra receber pagamento de passageiro.
O mundo mudou. Simples assim. A tecnologia tirou vagas de trabalho em vários setores. O transporte público não é exceção. Nem deve ser.
Em outros países você compra passagem antes. Existe ou não fiscalização, se você tiver pago, estará ok se te pararem numa eventual solicitação. Claro, imaginar isso no Brasil é ilusionismo.
Pra sobreviver, a profissão de cobrador precisaria agregar funções. As possíveis e imagináveis dentro de um ônibus. Recarregar bilhete único por exemplo. Instruir passageiros, solicitando que as vagas dos prioritários seja respeitada. E que outras funções atreladas a profissão possam ser efetuadas pelos cobradores. Senão sua razão de existir deixa de ser útil. Não importa o quanto eles precisem do emprego e o quanto a imprensa de corda pra tentar salva-los.