O Brasil está cheio de talentos musicais quando falamos do mundo sertanejo. Se um dia exportamos Tom, Chico e Vinicius, hoje temos música sertaneja em abundância. Nas redes sociais, nas rádios. Os nomes, claro, são dos mais engraçados aos menos originais, especialmente falando de duplas sertanejas, claro. Não era de se espantar se ouvíssemos entre todas essas, a dupla “Wesley e Joesley”.
Mas os irmãos “Esley” seguiram a profissão do pai, que nos anos 50 fundou a Casa de Carnes Mineira, em Goiás. Que depois se tornaria Friboi. E venderia carne para empreiteiras que trabalhavam na construção de Brasília. O resto está aí, já vimos. De BNDES a Tony Ramos, são empresários “Pop”. Tem nada menos que 65 frigoríficos nos EUA.
Tendo recebido nada menos do que pelo menos 12 bilhões de reais do BNDES, a JBS tem pelo menos 1 bilhão por ano recebido do banco nacional de desenvolvimento desde 2002. “Abençoados” por escolha. Escolha “divina”? Claro que não, como os mesmos dizem, pagaram propina grossa para conseguir empréstimos. E em sua longa ficha corrida nada menos que 1829 políticos passaram por atos escusos em contato com a empresa.
Vem então a delação. E antecipada por eles mesmos, antes de serem presos. Com medo, foram espertos e procuraram o MPF para contarem tudo que sabiam e fizeram. E conseguiram autorização para se “refugiarem” nos EUA. E ainda querem um acordo de leniência em que devolvem apenas 1 bilhão para o Brasil. Isso, captaram mais de 12, querem devolver 1 e ainda querem, obviamente, gerir os negócios do exterior ( e porque não com o tempo transferir tudo pra fora do Brasil ?).
Moral da história, os irmãos “Esley” usaram o dinheiro do governo federal ( “dinheiro do governo federal”, expressão que gera interrogação nada tola de qualquer um com cérebro do tamanho normal…) para se tornarem bilionários e agora estão fora do Brasil e livres, leves e soltos para viverem suas vidas tranquilamente, especialmente tendo comprado milhões de dólares antes de ser divulgada a delação. Mesmo tendo, comprovadamente da boca dos próprios, cometido vários crimes que escandalizam os já anestesiados brasileiros, aos quais nada mais surpreende.
Não há dúvidas que no Brasil, os irmãos “Esley” escolheram a carreira certa. Se fossem uma dupla sertaneja, talvez a rima seria motivo de chacota. Como empresários contraventores, no Brasil, tornaram a chacota o próprio povo. Já que aqui, demonstraram, o crime compensa.
( E claro, nada disso acima exime QUALQUER POLÍTICO envolvido com os citados, desde o menor ao maior escalão)