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Guerra nas Estrelas
E se Star Wars não tivesse sido produzido? Veja como seria o mundo sem o clássico

Titanic, lançado em 1997, foi a maior bilheteria da história do cinema: arrecadou US$ 1,8 bilhão pelo mundo e fez adolescentes voltar ao cinema várias vezes para ver a mesma história. O filme foi caríssimo, em grande parte por causa de seus elaborados efeitos visuais e sonoros. Certo, mas o que Guerra nas Estrelas tem a ver com isso? Tudo. Se não tivesse existido a saga espacial, Titanic certamente não teria sido feito, e provavelmente a atual lista das 20 maiores bilheterias do cinema seria bem diferente.

Vinte anos antes do naufrágio mais lucrativo de Hollywood chegar às telas, estreava Guerra nas Estrelas (depois rebatizado de Episódio 4 – Uma Nova Esperança). Na época, James Cameron, o diretor de Titanic, era caminhoneiro. Como boa parte da molecada da época, Cameron assistiu ao filme e ficou fascinado – voltando ao cinema para rever o épico. Por que o fascínio? Star Wars era diferente de tudo até então – um filme jovem, cheio de ação e efeitos especiais, com personagens e tramas paralelas que poderiam ser explorados por anos (como foram). Animado, Cameron resolveu ali fazer cinema, e começou na ficção científica, gênero que até aquele ano era bem incomum.

Não foi só para inspirar o diretor de Titanic que Guerra nas Estrelas foi útil. “A contribuição à indústria do entretenimento é incalculável”, diz o crítico de cinema Sérgio Rizzo. A lista é enorme: George Lucas, que tinha 32 anos quando filmou Guerra, abriu um novo nicho de mercado, melhorou as técnicas de filmagem, criou vários efeitos visuais. E escreveu uma história tão entranhada na cultura pop que fez com que 390 mil britânicos se declarassem seguidores da religião jedi no último censo, com um detalhe: não havia essa opção no formulário.

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Filmes para jovens

Imagine ir com a turma ao cinema e não ter na maior parte das salas aqueles filmes de ação? Antes de Star Wars, com poucas exceções (como The Rocky Horror Picture Show, de 1975, e Tubarão, de 1976), todos os sucessos de bilheteria eram filmes adultos, dramas ou romances. “A partir dali a indústria descobriu que os jovens quando gostam são muito fiéis – podem assistir ao filme mais de uma vez.

Efeitos especiais

As técnicas para filmagem não permitiam a George Lucas pôr em celulóide todas as suas idéias. Então ele precisou fazer programas de computador que criassem objetos tridimensionais, usou maquetes elaboradas e inventou até um novo padrão de som (o THX) para o cinema. Dali para a frente os efeitos especiais viraram peça fundamental das grandes produções, assim como o som dos filmes, que ficou mais alto.

Seqüências

Antes de Guerra nas Estrelas, um dos únicos filmes que tiveram continuação foi O Poderoso Chefão (em 1974), e mesmo assim não era exatamente uma seqüência da história, como nos Star Wars seguintes. Hoje vários filmes já chegam às telas com continuações programadas. Das 20 maiores bilheterias de todos os tempos, 13 são continuações, como O Senhor dos Anéis e Homem-Aranha.

Brinquedos

Sem Star Wars, uma loja de brinquedos ainda seria dominada por jogos de tabuleiro, sem todas aquelas figuras do Homem-Aranha 3. Quando negociou com o estúdio, George Lucas abriu mão de parte da bilheteria para ter controle da imagem dos personagens. Mais da metade dos US$ 20 bilhões gerados por Star Wars veio de produtos licenciados, de videogames (120 títulos) a perucas “oficiais” da Princesa Leia.

Ficção científica

Imagine filmes espaciais sem armas laser, alienígenas e robôs com senso de humor. Até 1977, o típico filme de ficção científica era o paradão 2001 – Uma Odisséia no Espaço. “George Lucas juntou a tradição de um tipo muito popular de cinema (de caubóis), com as coordenadas de um gênero que não era levado a sério, a ficção científica”