Yuriko Koike é a primeira mulher a governar a cidade de Tóquio, no Japão. Eleita em julho passado, ela derrotou outros 20 candidatos com folga e quer imprimir em sua administração a marca de uma cidade mais humana e acessível para todos : idosos, crianças, pessoas com deficiência.

Aos 64 anos, Yuriko formou-se em Sociologia pela Universidade do Cairo, em 1976 e trabalhou como intérprete de árabe na juventude. Ganhou projeção como apresentadora de TV e foi a primeira mulher ministra do meio ambiente, entre 2003 e 2006. Naquele cargo lançou uma campanha que pretendia estimular a economia do consumo de ar condicionado nos escritórios, chamada “cool biz” ( um trocadilho, que em inglês, significa tanto algo como “negócio bacan”a quanto “negócio frio ou fresco” ). Para isso, proibiu o uso de gravatas nas repartições ligadas ao seu ministério. A princípio foi algo muito inusitado, mas com o tempo o hábito foi adotado inclusive em escritórios particulares.

Da mesma forma, agora como governadora de Tóquio, ela determinou que todas as luzes dos escritórios do governo devem ser apagadas as oito da noite, horário em que se encerra o expediente. Para Yuriko, o hábito de trabalhar demais dos japoneses prejudica as mulheres, principalmente as que tem filhos. Ela declarou que “não é bonito ficar muitas horas no escritório” e vai monitorar os funcionários que insistirem nesse hábito.

Com 13 milhões de habitantes, o PIB de Tóquio transforma o cargo de governadora no segundo mais importante do país. Sua gestão irá assumir a organização dos Jogos Olímpicos e terminará logo após a abertura deles. 

Entre os muitos desafios de seu cargo, para ela, mudar os hábitos e culturas que podem ser transformados para melhor é o mais importante : “Tirar barreiras físicas é importante, mas é fundamental derrubar as mentais.”