Você já imaginou viajar de trem tendo pago a passagem equivalente ao trecho viajado, previamente, e fazer sua viagem com a possibilidade de absolutamente ninguém conferir se você pagou essa viagem?
Ou comprar seu jornal em lugares nos quais você abre um “armário” e depois coloca seu dinheiro, no compartimento dedicado, por você ter comprado seu jornal? Sem ter absolutamente ninguém pra checar se você paga ou não pelo jornal.
Ou mesmo uma catraca no metrô dedicada pra quem está sem dinheiro. Pois simplesmente esqueceu. Pois no caminho perdeu sua carteira ou teve a infelicidade de ser assaltado no caminho pro metrô.
Por fim, assistir um jogo do seu time de futebol contra o maior rival sem separação entre as torcidas? Sim, você sentado ao lado de um torcedor do time rival. Porque estão vendo um jogo de futebol, não uma batalha campal.
Pra quem lê e acha normal ou corriqueiro, com certeza essa realidade já foi vivida quando se visitou uma cidade em um país estrangeiro.
Pra quem lê e acha impossível isso ser verdade, é porque vive num lugar aonde provavelmente o viajante não pagaria a passagem, o leitor do jornal pegaria mais que um, o individuo não pagaria o metrô dia algum mesmo tendo o dinheiro e o estádio teria uma guerra com centenas de torcedores mortos. Resumindo, vive numa sociedade bem menos civilizada.
As realidades citadas existem em lugares distintos do nosso país.
Poderiam ser executadas aqui?
Certamente.
Dariam certo?
Dificilmente.
Toda modernização e evolução deve anteriormente passar por um processo de educação das pessoas. A informação e conscientização do cidadão deve ser sempre o primeiro passo antes de qualquer medida nesse sentido.
Não é difícil ver exemplos mal sucedidos no Brasil. No Rio de Janeiro o transporte público, mais especificamente os ônibus, receberam conexões USB para carregamento do celular. Resultado: depois de um tempo muitas delas tinham chiclete grudado.
Outro bom exemplo são as ciclovias. Algumas mal planejadas. Mas o principal, nem ciclista nem motorista foram educados pra conviverem juntos. Na avenida Paulista em São Paulo não é incomum haver discussões entre os dois. Acidentes por culpa de ambos os lados já foram presenciados. Incomum também não é ver um ciclista não respeitando o farol de pedestres. Estes que também muitas vezes se arriscam sem necessidade ao atravessar ruas em locais inapropriados.
A conclusão é e só pode ser uma: Modernização sem educação e conscientização é algo inviável.