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Paulo Nobre é uma agulha num palheiro
Presidente deixará o cargo no fim desse ano

Há quatro anos no cargo, Paulo Nobre muito antes desejava ser presidente do Palmeiras . Pegou um Palmeiras campeão da Copa do Brasil na série B. Analisando friamente, muitos vão se apegar ao ano em que estamos para avaliar se ele foi um grande presidente para o Palmeiras. Se o Palmeiras for campeão brasileiro, algo que não consegue desde 1994, pode ser ovacionado e considerado herói por muitos. Se não ganhar pode entrar como mais um que se esforçou, muito ou não, mas não chegou a um título de grande importância. Ganhou de qualquer forma uma copa do Brasil em 2015 em cima do Santos.

Esqueçam o ano de 2016. O título não define Paulo Nobre. Como qualquer um, tem erros e acertos. Brunoro foi um erro, Alexandre Mattos foi um meio acerto. Cuca foi um acerto em cheio.

Paulo Nobre é conhecido pelo temperamento algumas vezes passional. Foi o caso da última entrevista em que falou que o Flamengo não ganharia na mão grande. Ou quando reclamou de Carlos Miguel Aidar, por causa do rival São Paulo que levou Alan Kardec, depois de uma negociação polêmica de renovação com o atacante, que ele mesmo teria comandado. De acordo com o radialista Benjamim Back, não foi ao programa estádio 97 por “não ir à um programa com Benjamim Back” (palavras do radialista antes da reeleição, quando teria chamado Paulo para falar do pleito). Entre torcedores, alguns o acham mimado. O corte de relações com as organizadas, obviamente, contribui muito para críticas que vem de parte dos torcedores. Por outro lado, os torcedores comuns acham a medida boa e saudável.

Se fosse pelo parágrafo acima, nada de mais assertivo seria possível dizer sobre o presidente. ele seria apenas mais um.

Mas Paulo Nobre fez muita coisa que nenhum outro presidente faria. Claro, muito por ser o bilionário que é. Mas bilionários aos montes existem e muitos com times de coração. Abílio Diniz, são paulino é um exemplo.

Paulo Nobre assumiu uma dívida do Palmeiras que deveria ser paga em três anos e que por colocar seu nome será paga em dez anos. E com juros menores. Paulo Nobre

terminará a reforma da Academia de futebol (CT) com dinheiro do próprio bolso e dará para o Palmeiras a reforma. Fez negócio por jogadores pelos quais as cláusulas prevem lucro para o Palmeiras e se houver prejuízo na venda ele assume a bronca. Fez uma proposta para a WTorre para comprar o Allianz Parque para o Palmeiras. Paulo Nobre, claramente, tem um só interesse em mente, o bem do Palmeiras. Ao contrário do que vemos aos montes em times pelo Brasil, em que dirigentes tem decisões no mínimo curiosas para não dizer questionáveis, o presidente do Palmeiras põe os interesses da agremiação muito acima dos seus. O que se tornou raro no Brasil. Não só em times de futebol, mas em empresas e especialmente na política.

Achar alguém que coloca o interesse da instituição, agremiação, cidade, estado ou país acima dos seus é algo praticamente impossível nos dias de hoje no Brasil. Independente de seu temperamento ou erros, o palmeirense deve agradecer ter um presidente como o atual comandante. Se todos presidentes fossem como o bilionário, mesmo sem o seu dinheiro, os clubes estariam em melhor situação. Paulo Nobre é uma agulha num palheiro.