2 minutos de leitura
Morre mais um ditador, algo mais?
A morte do ditador cubano atingiu todas as manchetes, a maioria sem a palavra ditador

Manchetes. Linhas e mais linhas foram dedicadas à morte de um ditador na semana que passou. Opinar sem ter convivido com a realidade que não é a nossa pode e muitas vezes é injusto. Opiniões vorazes e críticas e defesas são feitas por todo e qualquer pessoa que ouviu falar dos feitos e atrocidades do “líder” que aos 90 anos morreu.

Sob sua tutela está um número de milhares de pessoas mortas executadas em nome da Revolução, gays perseguidos após ela, milhares presos dentro de um país, milhares tentando escapar, a implantação de um regime ditatorial, um homem a frente de uma nação durante 57 anos (não interessa se ele “abdicou” da vida pública anos antes de sua morte). Sem dar chances de escolha de absolutamente nenhuma escolha, que não a própria que impôs a mais de 7 milhões de pessoas. Tudo pela promessa de uma Cuba melhor.

Não há possibilidade de descartar a frase “os fins justificam os meios”. E muitos que o defendem jamais viveram sob seu olho ou liderança. Como bons hipócritas, acham lindo um conceito, mas não desejaram ir vivenciar e realmente viver nas circunstâncias que muitos cubanos viveram durante anos e anos a fio.

“A Cuba que Fidel deixa não é muito diferente da que foi abandonada por Batista. Se a história o absolver, ficará provado que ela é uma dama velha e hipócrita” opina o escritor Amir Valle.

Anos e anos após a Revolução, a Cuba que se vê não é muito diferente da Cuba de Batista, ditador substituído. Segundo o escritor Amir Valle, o ditador morreu sem cumprir o que mais declamou: a igualdade real entre todos os cubanos e a independência absoluta em todos os aspectos da vida nacional. Aliás, se sua fortuna foi estimada em 900 milhões de dólares há dez anos, realmente igualdade ele talvez quisesse para população, exceto ele. Típico de ditadores.

Grande parte da imprensa, como boa “mediadora” de sonhos e aversões dos leitores noticiou a morte sem citar a palavra ditador. Difícil entender porque não. Democracia nunca existiu em Cuba. Não sob a mira dele.

Aqui, pelo contrário, não é falado o nome do ditador, pois um ditador não merece seu nome citado, pois dar ibope, para qualquer um deles é ter aversão pela vida humana, pelos direitos de todos e especialmente pela inteligência de qualquer ser humano com um cérebro de tamanho normal. Um ditador, não é nada mais que um ditador.