Renan Calheiros foi afastado da presidência do Senado por uma liminar julgada pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello. Ou melhor, não foi. E ainda tirou sarro do ministro, ao falar que ele tremia na alma quando se falava em teto para os supersalários dos três poderes.

Renan Calheiros já deixou uma vez a presidência do Senado mas voltou. Renan tem mais de 12 processos contra ele o esperando no STF. Renan tem processos que já estão há mais de dez anos na fila e nada.

Renan, para ofender um deputado que foi o relator das dez medidas contra corrupção, chamou um companheiro de funcionalismo público de “nome de chuveiro” recentemente. Argumento “inteligentíssimo” vindo de um presidente do Senado.

Renan é poderoso.

Renan quer constranger o judiciário, com uma lei contra o abuso de autoridade. Quer votar rapidamente e dar um xeque mate na Lava Jato e ajudar a si mesmo e a muitos políticos que como ele, estão sob a mira da polícia.

Renan é réu, agora finalmente, por peculato, sob acusação de desvio de dinheiro público. Renan tem uma ficha corrida grande que não parece intimidá-lo. Mesmo com tudo isso, o STF parece inerte.

Alguns jornalistas acham que a saída dele prejudicaria o andamento de reformas. Criticam tanto “os fins justificam os meios” da esquerda (com absoluta razão), mas agora fazem o mesmo. Acham natural um homem estar lá para conduzir reformas, mesmo sendo réu e não podendo estar na linha sucessória da presidência.

Renan figurativamente cuspiu na cara do STF ao não sair da presidência.

Pra muitos que falavam de Cunha, de Lula e de Dilma finalmente agora parece que aprendemos o que é ser intocável. Agora, a célebre frase que o Brasil tanto ouviu (por se tratar de uma Republiqueta), “Você sabe com quem você está falando?”, vinda da boca de políticos, personalidades, empresários, coronéis e outros afins será trocada: “Eu não sou qualquer um, eu sou um RENAN CALHEIROS”

A pergunta que não cala é: por que tanto medo de Renan Calheiros?

Quem tem medo de Renan Calheiros? Ou a mais certa: Quem não tem medo de Renan Calheiros?

O Brasil continua o mesmo de 30 anos atrás, absolutamente nada mudou. Ou melhor, mudaram os nomes, nada mais.