Dois tipos de público podem adentrar o cinema para ver “Animais fantásticos…”. O primeiro, mais óbvio e muito provavelmente em maior número, é o que é já fã de Harry Potter. O segundo, que pode e deveria ir ao cinema, é quem nunca viu e jamais pensou em ver um filme do bruxo inglês que estudou em Hogwarts.
Citações óbvias da escola de bruxos na Inglaterra e do diretor Alvo Dumbledore são feitas mais que uma vez durante filme e as “varinhas” tão usadas no filme de Harry Potter também estão presentes. A diferença básica é que a ênfase nas crianças na série de Harry some na nova franquia, com poucos protagonistas da fase juvenil da vida, mas ainda com importância na trama.
O leigo em Harry Potter pode ver o filme tranquilamente. Como se a bruxo nunca tivesse existido ou mesmo “Animais…” tivesse sido lançado previamente à saga do fenômeno de vendas.
“A compreensão imperfeita é muitas vezes mais perigosa do que a ignorância.” – J.K. Rowling, Animais Fantásticos e Onde Habitam
Uma diferença, entretanto, entre fãs e não fãs da série anterior talvez possa ocorrer. Acostumados com os outros filmes de J.K Rowling já viram forças estranhas na tela, como fumaças negras. Fãs do cinema em geral, porém, muitas vezes esperam uma cara pra um vilão, alguém para odiar, para personificar seus medos, angústias e sede por justiça. Algo que no novo filme não vemos por um bom tempo, e quando vemos, não temos o tempo suficiente de saborear.
Fã ou não fã de Harry Potter, todo cinemaniaco deve ir ao cinema ver “Animais Fantásticos e onde Habitam”. Um filme com visual de cair o queixo e que aproveita ao máximo os recursos possíveis para telona. Com bons atores, ótima direção e um roteiro bem elaborado, “Animais Fantásticos” é puro exercício de cinema moderno, aonde todas fantasias são possíveis e a imaginação é ilimitada, inclusive para se ter animais espetaculares todos eles dentro de uma mala, num mundo simplesmente maravilhoso.